G1 - PolÃtica
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino deu prazo de 10 dias para o governo federal explicar por que o Ministério da Saúde, estados e municípios ainda não estão adotando as regras adicionais de transparência para as emendas parlamentares na área de saúde.Em agosto, poucas semanas após suspender o pagamento de emendas parlamentares, Dino deu uma decisão adicional prevendo que os repasses "fundo a fundo" ligados à saúde teriam de usar contas bancárias específicas e individualizadas – uma para cada emenda.???? As transferências "fundo a fundo" são um dos principais mecanismos do governo federal para repassar dinheiro diretamente aos estados e municípios em áreas como saúde e segurança pública. Essa modalidade não exige convênios específicos ou contrapartidas para cada repasse.???? Quando emendas são destinadas aos governos locais nessas mesmas áreas, em geral, a União usa o mesmo mecanismo e joga o dinheiro nos mesmos fundos – o que, segundo os órgãos de controle, dificulta analisar esses repasses individualmente.Segundo Dino, passados quatro meses dessa determinação, as contas bancárias específicas não foram abertas. O pedido de informações foi enviado à Advocacia-Geral da União (AGU), órgão que representa o governo federal em ações na Justiça."Houve, portanto, tempo mais do que suficiente para as providências administrativas, que aparentemente (e estranhamente) não foram adotadas. A este propósito, determino que a Advocacia-Geral da União preste informações sobre os motivos administrativos, em 10 (dez) dias úteis", diz Dino.Ainda de acordo com o ministro, a sugestão de que esse dinheiro fosse transferido para contas individuais – e não, "misturado" ao orçamento geral da saúde – veio da área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU).A ideia é que, com as contas separadas, fique mais fácil identificar esses recursos e rastrear a aplicação do dinheiro."O acolhimento da sugestão decorreu das reiteradas denúncias ou decisões judiciais sobre mau uso de recursos de emendas parlamentares na Saúde, por exemplo com os pagamentos de compras e serviços inexistentes", diz Dino.AGU deixou regras para 2025No último dia 10, o governo federal publicou uma portaria assinada pela AGU para viabilizar o pagamento das emendas parlamentares – que, após quatro meses travadas, tinham sido liberadas por Flávio Dino no início de dezembro.A portaria foi editada, segundo o próprio governo, para "tranquilizar" os órgãos envolvidos no pagamento das emendas e uniformizar o entendimento sobre as decisões do ministro Flávio Dino.Em um dos pontos do documento, a AGU afirmou aos órgãos do Executivo que as transferências fundo a fundo poderiam continuar a ser feitas no modelo anterior."[...] A obrigatoriedade de transferência para conta corrente específica somente passará a produzir efeitos após finalizada a execução do Plano de Ação pelo Ministério da Gestão e Inovação, cuzo prazo é de 180 dias (com vencimento em 18/02/2025", diz a AGU no documento.