Integrantes do governo brasileiro que estão acompanhando de perto a escalada do conflito no Oriente Médio veem com extrema preocupação o que consideram impotência dos Estados Unidos em conter os movimentos de Israel nas últimas semanas.
A percepção é que a situação se agravou sem qualquer influência do governo de Joe Biden sobre o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu. "Bibi faz o que bem entende", disse ao blog um integrante do governo.
Essa também é a percepção no Itamaraty. A avaliação é que, neste período eleitoral dos Estados Unidos, e com Biden mais enfraquecido devido ao fim do mandato, o governo norte-americano, aliado preferencial de Israel, não tem conseguido convencer o país a conter a escalada bélica na região.
A decisão de se antecipar a outros países e enviar aviões para resgatar brasileiros no Líbano visa evitar desgaste político. A orientação dentro do governo é reconhecer a gravidade da guerra no Líbano, diferente do que ocorreu na guerra da Ucrânia, em que a embaixada brasileira dizia que não havia nada a se preocupar. Vários brasileiros ficaram presos no país por seguirem as orientações da embaixada, em 2022.
Segundo interlocutores do presidente, a avaliação é que era preciso se antecipar, justamente porque a comunidade libanesa no Brasil é numerosa.