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Governo quer ampliar distribuição de gás a famílias de baixa renda; programa prevê limite de preço para botijão

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Por André Miranda

26/08/2024 às 13:57:42 - Atualizado há
Governo lançou Política Nacional de Transição Energética nesta segunda. Uma das iniciativas é a distribuição de botijões pelo programa Gás Para Todos. Cerca de 20 milhões de famílias devem ser beneficiadas até o final de 2025, segundo ministro. Com a distribuição de botijões de gás, governo pretende substituir uso da lenha por famílias mais carentes

TV Diário/Reprodução

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou nesta segunda-feira (26) que o governo federal vai oferecer botijões de gás a mais de 20 milhões de famílias até o final de 2025.

Além disso, segundo proposta do Ministério de Minas e Energia, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) vai fixar um valor máximo para o botijão de gás dentro do novo programa Gás Para Todos. O excedente desse teto será arcado pelo governo

Silveira fez o anúncio sobre o aumento da distribuição de gás de cozinha durante cerimônia de lançamento da Política Nacional de Transição Energética, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Ministério de Minas e Energia.

"O governo federal vai oferecer o botijão de gás de cozinha para mais de 20 milhões de famílias até dezembro de 2025. Maior programa de acesso ao cozimento limpo do mundo, o gás para todos. Estamos atendendo os objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU. Vamos impulsionar o cozimento limpo e a substituição da lenha, tão defendido pela nossa companheira Janja", disse Silveira.

Na cerimônia, Lula assinou projeto de lei que cria uma nova modalidade de operacionalização do Auxílio Gás, ofertado às famílias inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) com renda igual ou inferior a meio salário mínimo.

"O projeto prevê uma nova modalidade no formato da concessão do benefício, a ANP credenciando as revendedoras que desejarem participar voluntariamente do programa. A ANP também vai definir o preço teto que o botijão será vendido, evitando a captura dos descontos no botijão pelos elos da cadeia", diz comunicado divulgado pelo Ministério de Minas e Energia.

A proposta do Gás Para Todos ainda será analisada pelo Congresso. Segundo o governo, a atual política do Auxílio Gás atende a 5,6 milhões de famílias, com parcelas bimestrais. A ideia do Executivo é ampliar os recursos da política assistencial para R$ 13,6 bilhões, o que possibilitará um aumento no número de beneficiários.

Ainda sobre o projeto do Gás Para Todos, o governo informou que o dinheiro para a população de baixa renda não será disponibilizado no âmbito do programa Bolsa Família.

A família beneficiária vai receber o botijão subsidiado pelo governo direto do revendedor de gás de cozinha. Ainda conforme o governo, a Caixa Econômica Federal criará um aplicativo para viabilizar a nova modalidade do Auxílio Gás.

O beneficiário instalará o aplicativo e irá até as revendas que aceitarem participar do programa. O pagamento será feito por meio do aplicativo, a fim de que o recurso seja utilizado somente para compra do botijão.

De acordo com o Ministério de Minas e Energia, o reforço financeiro do programa de distribuição de gás será custeado com recursos do Fundo Social, que é composto por receitas da venda de petróleo pela empresa pública Pré-Sal Petróleo S.A (PPSA).

Após a assinatura da proposta, o presidente criticou os altos preços do botijão de gás praticados no país.

"Quando a gente resolver fazer uma política de gás, é porque o gás, hoje, tem que ser um instrumento da cesta básica do povo brasileiro, que muitas vezes não consegue comprar o botijão, que sai da Petrobras a R$ 36 e é vendido em alguns estados a R$ 140, a R$ 120, a R$ 130. Será que essas pessoas não têm noção?", indagou o petista.

Elite 'não enxerga os invisíveis', diz Lula

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Durante discurso na cerimônia, Lula criticou a elite política do país, que, na avaliação do petista, "não enxerga os invisíveis".

"Os invisíveis que não conseguem fazer protesto, que não estão organizados em sindicatos, que moram na periferia da periferia, nas palafitas, nos córregos, nas encostas. Aqueles que moram na beira dos rios na Amazônia, as pessoas que nós não vemos", disse.

"Muitas vezes, sabemos que eles existem nas estatísticas. Quando o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulga que tem tanta gente 'assim', tanta gente 'assado'. No restante, a gente não enxerga", completou.
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