G1 - PolÃtica
Latam recorreu ao STF contra uma decisão da Justiça de Santa Catarina que permitiu que a passageira leve a cachorra. A companhia aérea Latam pediu para o Supremo Tribunal Federal (STF) para não ser obrigada a transportar na cabine de um voo comercial uma cachorra que serve de apoio emocional à sua tutora. A Latam recorreu ao STF contra uma decisão da Justiça de Santa Catarina que permitiu que a passageira leve a cachorra, da raça Shar-pei, dentro da cabine para todos os voos da passageira até setembro de 2024A Latam alega que o pet tem quase 20kg e que a viagem dele na cabine causaria transtornos à segurança do voo e ao conforto dos passageiros. Na definição da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), animal de assistência emocional é aquele animal de companhia, não agressivo, que ajuda um indivíduo a lidar com aspectos associados às condições de saúde emocional e mental, proporcionando conforto com sua presença."Levar dentro da cabine um cachorro que pesa quase 20kg é totalmente inaceitável, considerando que haveria transtornos à tripulação, que ficaria impossibilitada de executar seus serviços com maestria, como também aos demais passageiros", alega a empresa. Pelas regras da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o transporte de cães-guia deve obrigatoriamente ser prestado para possibilitar a locomoção de passageiros com deficiência visual. Já o transporte de animais de estimação e animais de assistência emocional não é obrigatório. O serviço depende de uma série de fatores (como o perfil de operação realizado pela empresa aérea, modelo de aeronave e rotas, por exemplo), portanto uma empresa não é obrigada a ofertá-lo.Pelas regras da Latam, se o passageiro estiver viajando com um animal de estimação de pequeno porte e ele couber na caixa ou bolsa de transporte debaixo do banco dianteiro, você poderá levá-lo na cabine do avião. Se o tamanho do seu animal de estimação for maior que o permitido, ele deverá viajar em uma caixa de transporte rígida no bagageiro do avião.No ofício ao STF, a Latam ainda colocou em dúvida de que a cachorra que a cliente quer levar na cabine é mesmo de assistência emocional. "Atualmente existe uma alta demanda de processos relativos ao transporte de animais de assistência emocional, contudo, na maioria das vezes, o que se observa é a desvirtuação do instituto, pois os passageiros não possuem nenhuma dependência emocional, mas desejam somente levar os seus animais dentro da cabine, mesmo que para isso tenham que desrespeitar as normas e procedimentos adotados pela companhia aérea, como é o caso da presente demanda", argumenta a empresa. Caso do cão JocaEm abril, chamou a atenção de todo o país o caso do cão Joca, que morreu em voo da Gol. Joca, de cinco anos, morreu durante o transporte aéreo da Gollog, empresa da companhia Gol, depois de um erro no destino, no último mês de abril.O pet deveria ter sido levado do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, para Sinop (MT), mas foi colocado num avião que embarcou para Fortaleza (CE). O animal acabou sendo mandado de volta para Guarulhos e, quando o tutor chegou para encontrá-lo, o cão estava morto.