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Torres volta a negar reuniões sobre 'medidas antidemocráticas' e diz que vai pedir novo depoimento e acareação à PF

Moraes tornou públicos nesta sexta termos de 27 depoimentos; parte dos investigados ficou em silêncio.

Por André Miranda

15/03/2024 às 14:52:29 - Atualizado há
Moraes tornou públicos nesta sexta termos de 27 depoimentos; parte dos investigados ficou em silêncio. O ex-ministro da Justiça Anderson Torres voltou a negar nesta sexta-feira (15), em nota divulgada pela defesa, que tenha participado de reuniões no governo Jair Bolsonaro "para tratar de quaisquer medidas antidemocráticas".

A nota foi divulgada após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes retirar o sigilo de 27 depoimentos colhidos pela Polícia Federal no inquérito sobre uma tentativa de golpe de Estado para invalidar as eleições de 2022.

O ex-presidente Jair Bolsonaro, ex-ministros de seu governo e militares estão entre os investigados. O nome de Anderson Torres é citado diversas vezes nesses depoimentos.

O advogado Eumar Novacki diz, na nota, que "vai requerer nova oitiva ou eventual acareação, além de outras providências necessárias à elucidação do caso".

"Anderson Torres mantém sua postura cooperativa com as investigações e seu compromisso inegável com a democracia", diz a nota.

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Depoimentos sem sigilo

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes derrubou nesta sexta-feira (15) o sigilo dos depoimentos de militares e civis ouvidos no inquérito que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado arquitetada durante o governo Jair Bolsonaro.

No despacho, Moraes diz que a decisão foi tomada "diante de inúmeras publicações jornalísticas com informações incompletas sobre os depoimentos prestados à autoridade policial".

As falas dos depoentes eram mantidas em sigilo até esta sexta, mas trechos já tinham sido divulgados pela imprensa. Por exemplo, aqueles em que o ex-comandante do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, relatou reuniões em que Bolsonaro teria tratado da chamada "minuta do golpe".

A decisão torna públicos os depoimentos de:

Jair Messias Bolsonaro, ex-presidente da República;

Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro em 2022;

Valdemar Costa Neto, presidente do PL – partido pelo qual Bolsonaro disputou a reeleição;

Augusto Heleno Ribeiro Pereira, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) de Bolsonaro;

Carlos Almeida Baptista Junior, ex-comandante da Aeronáutica;

Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha;

Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército;

Anderson Gustavo Torres, ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro;

general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, ex-ministro da Defesa;

Filipe Garcia Martins Pereira, ex-assessor internacional de Jair Bolsonaro;

Tércio Arnaud Tomaz, ex-assessor de Bolsonaro apontado como membro do chamado "gabinete do ódio";

general Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército;

Marcelo Costa Câmara, coronel do Exército citado em investigações como a dos presentes oficiais vendidos pela gestão Bolsonaro e a das supostas fraudes nos cartões de vacina da família Bolsonaro;

Ailton Gonçalves Moraes Barros, capitão reformado do Exército expulso após punições disciplinares;

Amauri Feres Saad, advogado citado na CPI dos Atos Golpistas como "mentor intelectual" da minuta do golpe encontrada com Anderson Torres;

Angelo Martins Denicoli, major da reserva do Exército que chegou a ocupar cargo de direção no Ministério da Saúde na gestão Eduardo Pazuello;

Bernardo Romão Correa Netto, coronel do Exército;

Cleverson Ney Magalhães, coronel do Exército e ex-oficial do Comando de Operações Terrestres;

Eder Lindsay Magalhães Balbino, empresário que teria ajudado a montar falso dossiê apontando fraude nas urnas eletrônicas;

Guilherme Marques Almeida, coronel do Exército e ex-oficial do Comando de Operações Terrestres;

Helio Ferreira Lima, tenente-coronel do Exército identificado em trocas de mensagens com o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Barbosa Cid;

José Eduardo de Oliveira e Silva, padre da diocese de Osasco;

Laércio Vergílio;

Mario Fernandes, comandante que ocupou cargos na Secretaria-Geral e era tido como homem de confiança de Bolsonaro;

Rafael Martins de Oliveira, tenente-coronel do Exército.

Ronald Ferreira de Araújo Júnior, oficial do Exército;

Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros, major do Exército.
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