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'Não quero fiscal do Lula': Paulo Teixeira diz que presidente afasta qualquer controle no preço dos alimentos

Lula convocou ministros para discutir, nesta sexta-feira (24), medidas que possam contribuir para abaixar o preço dos alimentos.

Por André Miranda

24/01/2025 às 16:01:15 - Atualizado há
Foto: G1 - Globo
Lula convocou ministros para discutir, nesta sexta-feira (24), medidas que possam contribuir para abaixar o preço dos alimentos. Ministro do Desenvolvimento Social e Agrário do Brasil detalhe debates sobre o que será feito pelo governo. Paulo Teixeira: Lula afasta qualquer controle de preço dos alimentos

Ministro do Desenvolvimento Social e Agrário do Brasil, Paulo Teixeira deu entrevista para o Estúdio I, da Globo News, para tratar do preço dos alimentos. Ao dizer que o tema é debatido de forma recorrente no governo, ele afirma que o presidente Lula (PT) não cogita controlar os preços de forma artificial.

"Precisamos estudar medidas, como o Rui [Costa, ministro da Casa Civil] hoje falou, que não sejam heterodoxas. O presidente Lula afasta qualquer intervenção de preço, controle de preço, ele diz: 'não quero fiscal do Lula'. Esse é um tema que vamos agir", disse.

Teixeira disse que a alta do câmbio, desastres naturais e o aumento do consumo estão entre os fatores que interferiram na inflação que deixou os alimentos mais caros (leia mais abaixo). Ainda assim, disse que o governo Lula 3 implementou Plano Safra recorde para garantir a produção em todo país.

O ministro afirmou, também, que alguns produtos interferem com maior intensidade na inflação dos alimentos: carne, café, açúcar, laranja e óleo de soja.

"Esses produtos são bem centrais e a gente vai estudar mais profundamente, dialogar com os setores produtivos, indústria, supermercados produtores, para ver quais medidas poderiam ser adotaras para aumentar a oferta desses produtos e diminuir os preços no mercado nacional", afirmou.

Teixeira afirmou que estão previstas ações como:

Aumento no crédito agrícola;

Aumento na assistência técnica para equipamentos agrícolas;

Debater o que pode ser feito junto ao vale refeição;

e conversar com os setores produtivos.

Ao tratar do aumento do dólar e dos ruídos vividos pelo governo com o mercado no fim de 2024 por conta do pacote de corte de gastos, o ministro disse esperar que os atritos "se acalmem". "O compromisso do presidente Lula e do Haddad [ministro da Fazenda] são compromissos com o equilíbrio fiscal".

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Alta no preço dos alimentos

O presidente Lula convocou ministros para discutir, nesta sexta-feira (24), medidas governamentais que possam contribuir para abaixar o preço dos alimentos — uma pedra no sapato do governo desde o início do mandato, agravada em 2024.

Em março do ano passado, o Lula já havia reunido os ministros para discutir os preços dos alimentos, cuja alta já mostrava sinais de impacto negativo na popularidade do presidente.

Depois daquele encontro, os ministros Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Carlos Fávaro (Agricultura) os ministros Teixeira e Fávaro atribuíram a alta dos alimentos a questões climáticas e afirmaram que o governo esperava uma redução nos próximos meses.

Agora, quase um ano depois, o governo ainda patina para lidar com o ruído sobre o preço de comida. Em menos de um mês, o atual — e novo — ministro das comunicações Sidônio Palmeira, encontra-se em meio a uma crise de comunicação do governo Lula 3.

Na quarta-feira (22), Rui Costa, ministro da Casa Civil, disse que o governo faria intervenções para baratear o preço dos alimentos. O próprio ministério negou que prevê tal ação e disse que o ministro usou um termo equivocado.

"Nós vamos fazer algumas reuniões com o ministro da Agricultura, com o ministro do Desenvolvimento Rural, que pega as pequenas propriedades, e o ministério da Fazenda para a gente buscar um conjunto de intervenções que sinalizem para um barateamento dos alimentos", disse Rui Costa.

Em nota enviada ao blog naquele mesmo dia, o ministério disse que o termo correto seria "medidas" e não "intervenções".

Inflação alta

A inflação do ano passado fechou 2024 acumulando alta de 4,83% e estourou o teto da meta previsto — o limite era 4,5%. O preço dos alimentos e das bebidas puxou o indicador, dado que acumulou alta de 7,69% em 12 meses e contribuiu com 1,63 pontos percentuais para o índice do ano.

Na quinta-feira (23), os ministros Rui Costa, Carlos Fávaro, Paulo Teixeira e o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, também se reuniram para traçar as sugestões de ações a serem apresentadas a Lula.

Desde as reuniões do ano passado, o governo diz que, entre os fatores que elevaram o custo da comida estão os eventos climáticos extremos, que atrapalharam a produção de alimentos do país, o que refletiu no aumento dos preços.

A alta do dólar nos últimos meses também tem um impacto significativo na inflação. Isso porque o índice tem afeta diretamente os valroes de produtos do Brasil, especialmente dos bens essenciais.

Quando a moeda norte-americana sobe, itens voltados para exportação, importados ou que dependem de insumos internacionais, como combustíveis, eletrônicos e alimentos, sofrem aumento.
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