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O grupo de alimentação e bebidas foi responsável por um dos maiores impactos sobre a inflação de 2024 com alta de 7,69% em 12 meses. Lula e ministros durante reunião no Palácio do PlanaltoRicardo Stuckert/Presidência da RepúblicaO presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convocou ministros para discutir, nesta sexta-feira (24), medidas governamentais que possam contribuir para abaixar o preço dos alimentos.A questão tem sido um ponto de preocupação e alerta no governo federal desde o começo do ano passado, quando pesquisas de opinião identificaram que o custo dos alimentos estava impactando negativamente na avaliação do presidente.Em março do ano passado, Lula fez uma reunião semelhante para discutir o assunto. Mas, o problema persiste. A questão é, inclusive, um dos principais desafios para a comunicação do governo, segundo o recém-empossado ministro da Secretaria de Comunicação (Secom), Sidônio Palmeira. Alta no preço dos alimentos deixa governo em alerta; Em Ponto entrevista Samuel PessôaApós o ministro da Casa Civil anunciar que faria uma intervenção e ter que voltar atrás e explicar que isso não significaria mexer artificialmente nos preços, o governo voltou a debater quais são as medidas que podem ser tomadas. Devem participar do encontro desta sexta os ministros da Casa Civil, Rui Costa (PT); da Fazenda, Fernando Haddad (PT); da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro (PSD); do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira (PT). Leia também: Com dólar em queda e safra recorde, Haddad aposta em queda no preço de alimentosInflação alta A inflação do ano passado fechou 2024 acumulando alta de 4,83% e estourou o teto da meta previsto — o limite era 4,5%. O preço dos alimentos e das bebidas puxou o indicador, dado que acumulou alta de 7,69% em 12 meses e contribuiu com 1,63 pontos percentuais para o índice do ano. Na quinta-feira (23), os ministros Rui Costa, Carlos Fávaro, Paulo Teixeira e o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, também se reuniram para traçar as sugestões de ações a serem apresentadas a Lula. Inflação não está caindo no Brasil e no mundo no ritmo desejado por economistasGetty Images via BBCDesde as reuniões do ano passado, o governo diz que, entre os fatores que elevaram o custo da comida estão os eventos climáticos extremos, que atrapalharam a produção de alimentos do país, o que refletiu no aumento dos preços. A alta do dólar nos últimos meses também tem um impacto significativo na inflação. Isso porque o índice tem afeta diretamente os valroes de produtos do Brasil, especialmente dos bens essenciais. Quando a moeda norte-americana sobe, itens voltados para exportação, importados ou que dependem de insumos internacionais, como combustíveis, eletrônicos e alimentos, sofrem aumento.Cobrança em reunião ministerialLula fez um lembrete aos ministros da importância de buscar a diminuição dos preços dos alimentos na reunião ministerial realizada em 20 de janeiro, na Granja do Torto. "Se a gente trabalhou união e reconstrução, agora a gente vai ter que trabalhar outra coisa importante: reconstrução, união e comida barata na mesa do trabalhador, porque os alimentos estão caros na mesa do trabalhador", disse o presidente na parte de sua fala que foi transmitida. "Todo ministro sabe que o alimento está caro. É uma tarefa nossa garantir que o alimento chegue na mesa do povo trabalhador, da dona de casa, na mesa do povo brasileiro, em condições compatíveis com o salário que ele ganha", completou. Ministro Sidônio Palmeira toma posse em cerimônia com LulaYouTube/ReproduçãoA questão também é uma preocupação do ministro da Secom, Sidônio Palmeira. O novo titular da pasta assumiu o cargo em 14 de janeiro com o desafio de tentar azeitar o diálogo do governo com a população e fortalecer a imagem digital do Planalto."Alguns preços de alimentos estão mais altos, e isso se deve a vários fatores. Para a população mais simples, economia significa o supermercado e a feira livre. O Ministério da Fazenda e outros setores do governo estão trabalhando intensamente nessa questão", disse o ministro. Lula disse para famílias cuidarem do orçamento O presidente foi reeleito para este terceiro mandato tendo como um dos principais motes de campanha a promessa de devolver a "picanha" e a "cervejinha" à mesa da população mais pobre. A frase foi uma forma que o político encontrou para dizer à população que o custo de se alimentar cairia e que a capacidade de consumir aumentaria.Também em março de 2024, o presidente disse que as pessoas "precisam ajudar a cuidar do próprio orçamento", ao comentar o aumento do preço dos alimentos. "Temos que ficar atentos aos preços dos alimentos. Quando você produz demais e tem consumo de menos, o produto cai de preço, é sazonal, é preciso que as pessoas ajudem a cuidar do seu próprio orçamento", afirmou. Ele também sugeriu que a população pesquisasse mais os preços e evitasse comprar onde os produtos estivessem caros."Se você for num lugar comprar tomate e você perceber que o tomate está caro, tem que se informar se não tem um lugar com o tomate mais barato. Se for comprar um pé de alface e perceber que ele está caro, tem que se ajudar, não é ajudar o governo, é se ajudar, e não comprar aquilo. Ou seja, para que a gente possa, então, ter, no comportamento do povo, um equilíbrio no orçamento familiar no que diz respeito ao alimento", disse. Governo quer usar plano Safra para baixar preço dos alimentosÀ época, Lula declarou que o governo tem consciência sobre a importância de ter um alimento mais barato, mas isso significa aumentar os salários das pessoas. Lula diz que as pessoas precisam ajudar a 'cuidar do próprio orçamento', ao comentar aumento do preço dos alimentosTambém em 2024, Lula se reuniu com setores da produção de alimentos. O presidente se encontrou com empresários: de fruticultura; de proteína; e da indústria alimentícia.