G1 - PolÃtica
Maduro tomou posse nesta sexta-feira (10). Lula conversou com o presidente da França, Emmanuel Macron, durante a cúpula do G7 em 2024PR/ Ricardo StuckertO presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente francês, Emmanuel Macron, pediram nesta sexta-feira (10) que Nicolás Maduro retome "o diálogo com a oposição". Também nesta sexta, Maduro tomou posse para o terceiro mandato como presidente da Venezuela, após se declarar vencedor, sem conseguir provar, das eleições em julho de 2024."França e Brasil estão dispostos a facilitar uma retomada dos intercâmbios que possa permitir um retorno da democracia e da estabilidade na Venezuela", indicou a presidência francesa em comunicado, no qual relatou a conversa telefônica entre os dois chefes de Estado. "Todas as pessoas detidas por suas opiniões ou por seu compromisso político devem ser libertadas imediatamente."Segundo nota do Palácio do Eliseu, o presidente da França Emmanuel Macron conversou com o opositor, Edmundo González Urrutia, e a líder da oposição venezuelana, María Corina Machado na última quarta-feira (8). Durante a conversa, Macron afirmou que a "a vontade do povo venezuelano deve ser respeitada".O presidente Lula não fez manifestações sobre a posse de Maduro.Posse de Maduro é marcada por críticas a Milei e ausência de lideranças internacionais Nicolás Maduro tomou posse em uma sessão solene na sede da Assembleia Nacional em Caracas.Em seu discurso, Maduro fez críticas à oposição venezuelana, que reconhece Edmundo González Urritia como vencedor do pleito de julho de 2024, e chamou o presidente Javier Milei de "sádico social".Maduro também falou em seu discurso, sobre o Brics: "A Venezuela já é do Brics desde que Bolívar triunfou em Junín", disse, em referência à batalha vencida pelo herói da independência da América espanhola. "A Venezuela pertence aos Brics há mais de 200 anos", completou. A posse foi marcada pela falta de lideranças internacionais de grandes democracias, o que expôs o isolamento de Maduro e da Venezuela. Entre os chefes de Estado presentes, por exemplo, estava o ditador da Nicarágua, Daniel Ortega. O Brasil enviou a embaixadora em Caracas, Glivânia Maria de Oliveira, para acompanhar a posse. A cerimônia, presidida pelo chavista Jorge Rodríguez, encerra um processo eleitoral marcado pela falta de transparência, autoritarismo e violência extrema contra qualquer pessoa que ousou se opor ao atual regime.A líder opositora venezuelana María Corina Machado afirmou que Maduro consumou um golpe de Estado ao tomar posse para um terceiro mandato e qualifica a cerimônia de posse como um teatro."Hoje, 10 de janeiro, Maduro consolida um golpe de Estado diante dos venezuelanos e do mundo. Decidiram cruzar a linha vermelha, oficializando a violação da Constituição Nacional. Pisoteiam nossa Constituição", afirmou.Corina afirmou que o presidente venezuelano se apoia nos "ditadores de Cuba e Nicarágua" para se manter no poder. Ela também acusou o presidente de violar a Constituição da Venezuela.Enquanto isso, o opositor Edmundo González afirmou estar próximo do território venezuelano e que entrará no país em breve para assumir o governo. Um pronunciamento foi publicado nas redes sociais nesta sexta-feira (10).González pediu que as Forças Armadas deixem de obedecer a Maduro e garantam segurança para uma transição de poder.