Presidente Lula durante a cerimônia de anúncios para Educação na Bahia.
Ricardo Stuckert / Presidência da República
O acidente doméstico do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no último sábado (19), ao impedir a viagem para a Cúpula do Brics na Rússia, acabou livrando Lula da presença física em um encontro que pode acabar gerando uma "saia justa" para o Brasil.
Dois países que viraram uma dor de cabeça para o brasileiro estão na lista dos candidatos a se tornarem membros parceiros do grupo: a Venezuela, de Nicolás Maduro, e a Nicarágua, de Daniel Ortega.
Concordar com a adesão de ambos ao Brics, ainda que na categoria de "países parceiros", deve gerar críticas a Lula.
Primeira cúpula ampliada do Brics deve discutir entrada de 'parceiros'; Venezuela e Nicarágua se candidatam
Após acidente doméstico, Lula vai participar da reunião do Brics por videoconferência
O Brics foi criado em 2009, durante o segundo mandato do presidente Lula, quando ele se associou à Rússia, China e Índia para formar um grupo de países emergentes com o objetivo de defender uma reforma da governança global e criar medidas de cooperação entre eles.
Depois, entrou a África do Sul – o "s" da sigla Brics. E, mais recentemente, outros países como Egito e Arábia Saudita se juntaram. Os países se unem pela reforma da governança global, mas não têm o mesmo pensamento em todos os temas políticos e econômicos.
Dando continuidade à expansão do Brics, agora, o bloco vai discutir a entrada de mais dez membros parceiros.
A entrada de Nicarágua e Venezuela nessa categoria, sugerida pela Rússia, pode se transformar em uma dor de cabeça para Lula.
Acatar a Venezuela como parceira, por exemplo, pode representar um reconhecimento tácito da suposta vitória eleitoral de Maduro – algo que o Brasil não fez e não vai fazer.
Em relação à Nicarágua, foi o próprio Daniel Ortega quem rompeu relações com Lula.
Brasil defenderá cessar-fogo na Ucrânia
Em suas participações por videoconferência, Lula defenderá que se construa um ambiente para avançar na proposta de paz do Brasil e da China para um cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia.
A proposta ganhou acenos positivos de Vladimir Putin, mas Volodomir Zelensky – que não estará no encontro – diz que a ideia contempla mais a Rússia do que a Ucrânia.