A Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão vinculado ao Senado, divulgou um cenário negativo para as projeções da dívida pública federal neste e nos próximos anos.
A entidade apontou que a dívida, hoje em 78,5% do PIB, pode fechar o ano nos 80% e com tendência de alta para os próximos anos.
Classificada pela IFI como "principal termômetro da saúde fiscal" de um país, a relação entre a dívida e a soma das riquezas do país pode fechar 2026 – último ano do atual mandato de Lula – em 84,1%.
Para comparação: no início do governo Lula, essa proporção era de 71,7%.
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O tamanho da dívida em relação ao PIB é um dos principais indicadores levados em conta pelas agências de risco e pelos investidores estrangeiros em suas recomendações para aplicações num país.
Por isso, a entidade reforça a necessidade do governo Lula de aprovar o pacote de corte de gastos estruturais, em preparação pela equipe econômica, que visa reduzir os gastos permanentes da União, fazendo uma economia anual superior a R$ 50 bilhões.
"A dívida terminará 2024 terminará em 80% do PIB e com viés de alta. Para estabilizar o endividamento do país, só com uma reforma estrutural do gasto público", afirma o diretor-executivo da IFI, Marcus Pestana.
Segundo ele, "mantido o atual ambiente, os déficits serão permanentes, os juros altos e a dívida crescente, gerando desconfiança sobre a saúde fiscal do Brasil".
A entidade destaca que a dívida está crescendo pela falta de geração de superátivs primários e pelas emissões de títulos da dívida.
Com isso, a instituição alerta que o grau de endividamento publico pode crescer 12,4 pontos percentuais nos quatro anos do mandato de Lula.