Nunes oscilou 4 pontos para baixo e foi a 51%, mas Boulos se manteve nos mesmos 33%. Eleitores que declaram voto branco ou nulo foram de 4% para 8%. Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL)
Montagem/g1 com fotos de RAUL LUCIANO/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO; WERTHER SANTANA/ESTADÃO CONTEÚDO; ROBERTO SUNGI/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
A pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira (17) indica que Ricardo Nunes (MDB) perdeu musculatura após o apagão que deixou milhões de paulistanos sem luz. O levantamento também sugere que Guilherme Boulos (PSOL) enfrenta um limite difícil de romper. Ele mantém a intenção de voto entre nos 33%, patamar parecido com o mesmo período da eleição de 2020.
Esse percentual de intenção de voto do candidato do PSOL é praticamente o mesmo do das pessoas que se identificam com a esquerda na capital paulista, 31%, segundo o Datafolha, o que sugere uma dificuldade de Boulos avançar para além desse eleitorado.
Nunes oscilou 4 pontos para baixo, de 55% para 51% das intenções de voto, em relação à pesquisa anterior, divulgada na semana passada – a margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.
Esses eleitores, porém, não foram para Boulos, que manteve os mesmos 33%, mas sim para branco e nulo – fatia que foi de 4% na pesquisa anterior para 8% nesta. Podem ter migrado para brancos e nulos, que passaram de 10 para 14%.
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Algo semelhante acontece entre os eleitores de Pablo Marçal (PRTB), que ficou em 3º no primeiro turno, com 1,7 milhão de votos (28,7% dos válidos).
Nesse grupo, Nunes oscilou de 84% para 77%. Boulos pode ter conquistado parte desses votos – foi de 4% para 8%. A margem de erro no segmento é de 6 pontos.
Assim, neste momento, o favoritismo segue sendo de Nunes, que consegue capturar votos que eram de Lula e Marta Suplicy, vice de Boulos, na periferia de São Paulo.
Para reverter o cenário, Boulos teria de, nos 10 dias que faltam para o 2º turno, conquistar o eleitorado de centro – como Lula (PT) fez em 2022 – e que é o eleitor que não necessariamente se identifica com as pautas mais progressistas da esquerda.
O candidato do PSOL, entretanto, parece ter dificuldade para fazer esse movimento e mostra, nas pesquisas atuais, o desempenho parecido com o de 2020, quando perdeu a disputa para Covas, de quem Nunes era vice.
A pesquisa Datafolha desta quinta-feira (17) foi encomendada pela Folha de S. Paulo e entrevistou presencialmente 1.204 pessoas acima de 16 anos na cidade de São Paulo. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%.