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Disputa pela Câmara: veja qual candidato votou mais a favor do governo e qual votou menos

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Por André Miranda

15/10/2024 às 03:42:13 - Atualizado há
Levantamento considera votações na Câmara ao longo do ano de 2024. Grau de afinidade com o governo pode ser um fator chave para decidir quem será o novo presidente da Casa. Disputa pela Câmara: veja qual candidato votou mais a favor do governo e qual votou menos

A eleição para a presidência da Câmara é em fevereiro, mas se tornou um dos principais temas do Congresso neste final de ano. Três principais candidatos já se lançaram: Antonio Brito (PSD-BA), Elmar Nascimento (União-BA) e Hugo Motta (Republicanos-PB). Um levantamento da GloboNews mostrou como os três se alinharam (ou não) com as posições do governo em votações na Câmara ao longo de 2024.

O grau de alinhamento dos candidatos ao governo é um fator político importante por pelo menos dois motivos:

o governo ter um aliado (ou um rival) na presidência da Câmara influencia a governabilidade e a aprovação de temas importantes ao Palácio do Planalto no Congresso

o PT, partido do presidente Lula, é cortejado pelos principais candidatos à presidência da Câmara e é considerado um fiel da balança na disputa. É natural que o PT escolha alguém mais próximo do Planalto. Até agora, o partido não anunciou quem apoiará.

O levantamento compara os votos dos candidatos à presidência da Câmara com os do líder do governo na Casa, o deputado José Guimarães (PT-BA). Os votos do líder refletem a posição do governo em si.

Por esse critério:

Antônio Brito desponta como o mais alinhado, com 92,49% de correspondência com os votos de Guimarães, em 213 votações

Hugo Motta teve com 80,88% de alinhamento em 251 votações

Elmar Nascimento (União Brasil) é o menos próximo, com uma taxa de 77,1% de concordância

Nos bastidores, de fato, Brito é visto como um candidato mais amigável ao Palácio do Planalto. E Elmar o mais distante. Os três fazem parte de um setor do Congresso ligado à centro-direita, comumente chamado de Centrão, cujas posições em diversos temas não refletem às do PT.

Em votações importantes para o governo, como a do projeto que endurece a demarcação de terras indígenas, os vetos que trataram da desoneração da folha de pagamento e o marco temporal para demarcação de terras indígenas, Motta, Brito e Elmar divergiram do governo nos três casos.

Deputados Elmar Nascimento (União - BA), Hugo Motta (Republicanos - PB) e Antonio Brito (PSD - BA)

Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados; Mário Agra/Câmara dos Deputados; Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

Comparação com o PL, maior partido da oposição

A semelhança nas votações dos candidatos com o líder da oposição, Filipe Barros (PL), é menor em comparação ao alinhamento com Guimarães.

Elmar Nascimento destaca-se como o mais próximo de Barros, com 46,47% de concordância em 99 votações.

Hugo Motta vem a seguir, tendo 184 votações em comum e afinidade em 44,57%.

Antônio Brito, por sua vez, apresenta o menor nível de concordância, com apenas 37,13% em 167 votações.

Encontros com ministros

Na corrida por apoio, os candidatos à presidência da Câmara têm intensificado seus esforços para estreitar relações com ministros do governo.

Segundo levantamento baseado no e-Agendas, Hugo Motta lidera em número de reuniões, com 38 encontros envolvendo 15 ministros desde o início do governo. Seus principais interlocutores foram Alexandre Padilha (Relações Institucionais), com 9 reuniões, Renan Filho (Transportes), com 7, e Fernando Haddad (Fazenda), com 5.

Antônio Brito, o candidato com maior alinhamento nas votações ao lado de José Guimarães, participou de 30 reuniões com 11 ministros, destacando-se as reuniões com Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Celso Sabino (Turismo) e Rui Costa (Casa Civil), todos com 5 encontros.

Já Elmar Nascimento, embora também tenha participado de 30 reuniões, concentrou-se em apenas 5 ministros, sendo Padilha (Relações Institucionais), com 10 encontros, e Sabino (Turismo), com 9, seus principais contatos.

Em uma votação secreta no início de fevereiro de 2025, os deputados devem decidir quem será o novo líder da Casa. A expectativa é que a decisão venha ainda no primeiro turno.
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