G1 - PolÃtica
Além das 20 viaturas, 130 homens também vão ajudar na segurança da região. O Ministério da Defesa confirmou nesta segunda-feira (4) que deslocou 20 veículos blindados para reforçar a segurança da fronteira com a Venezuela.O ministro da Defesa, José Múcio, disse que a operação já estava planejada para o combate ao garimpo na região, mas que as viaturas poderão ajudar na segurança da região.Ainda segundo o ministro, os equipamentos ficarão no quartel de Boa Vista, em Roraima — esquadrão que vai ser transformado em regimento de cavalaria, com 130 militares. A área passa por uma escalada de tensão relacionada à disputa entre Venezuela e Guiana pelo território de Essequibo — uma grande porção de terra, hoje sob administração guianense, que abriga grandes reservas de petróleo.População da Venezuela apoia anexação de território da Guiana em referendoA região de Essequibo tem um território de 160 mil km² — cerca de 70% do território atual da Guiana — e concentra reservas de petróleo estimadas em 11 bilhões de barris. A área é superior à de nações como Inglaterra, Cuba ou Grécia.A Venezuela considera Essequibo, também conhecido como Guayana Esequiba em espanhol, uma "área reivindicada" e geralmente a exibe riscada em seus mapas. Enquanto isso a Guiana, que controla e administra a área, tem seis de suas 10 regiões administrativas lá.Os países disputam a região desde 1841. Em 2015, a disputa ficou mais acirrada, pois a companhia americana ExxonMobil descobriu campos de petróleo na região.A Guiana afirma que é a proprietária do território porque existe um laudo de 1899, feito em Paris, no qual foram estabelecidas as fronteiras atuais. Na época, a Guiana era um território do Reino Unido.Já a Venezuela afirma que o território é dela porque assim consta em um acordo firmado em 1966 com o próprio Reino Unido, antes da independência de Guiana, no qual o laudo arbitral foi anulado e se estabeleceram bases para uma solução negociada.Referendo na VenezuelaNo domingo (4), a Venezuela organizou um referendo no qual 95% dos eleitores presentes votaram para que o país incorpore ao mapa venezuelano o território de Essequibo.O governo da Venezuela não é obrigado a executar o que determina o referendo, e ainda não está claro qual deverá ser a estratégia do regime chavista.O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta segunda (4) que o país busca "construir consensos" e que vai "conseguir recuperar Essequibo". No mesmo dia, Bharrat Jagdeo, o vice-presidente da Guiana, afirmou em entrevista que está se preparando para o pior e que o governo está trabalhando com parceiros para reforçar a "a cooperação de defesa".