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Em dia de sabatina de Galípolo, Lula diz que taxa de juros ainda é a mais alta, mas 'haverá de ceder'

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Por André Miranda

08/10/2024 às 13:00:49 - Atualizado há
Indicado do presidente Lula para presidir o Banco Central, Gabriel Galípolo disse aos parlamentares, durante sabatina no Senado, que terá liberdade e autonomia para tomar decisões, caso seja aprovado. Lula em foto de agosto de 2024.

Adriano Machado/Reuters

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reiterou as críticas aos índices de taxa de juros no país, nesta terça-feira (8), mesmo dia em que o indicado dele para presidir o Banco Central, Gabriel Galípolo, passa por sabatina no Senado Federal.

Segundo o petista, apesar do patamar atual, a taxa "haverá de ceder", em meio aos demais resultados econômicos.

No discurso de abertura aos parlamentares reunidos, Galípolo frisou que, apesar das falas públicas de de Lula contra as decisões da autoridade monetária, ele terá liberdade na tomada de decisões caso seja aprovado.

Em 8 de setembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, e o índice passou para 10,75%. Esse foi o primeiro aumento de juros desde agosto de 2022, portanto, o primeiro deste mandato de Lula.

O titular do Planalto, por sua vez, se mostrou otimista sobre uma queda nos índices, em meio a constantes embates com o atual presidente do BC, Roberto Campos Neto. A fala dele ocorreu durante evento de sanção da Lei Combustível do Futuro.

"Eu estou muito feliz porque a economia está razoável, a taxa de juros ainda é a mais alta, mas ela haverá de ceder. Nós temos a inflação controlada, nós temos a massa salarial crescendo, nós temos o emprego crescendo, nós temos leis para proteger os empreendedores individuais, o pequeno e médio empresário. Tudo já está feito", argumentou.

Se aprovado pelos senadores, Galípolo substituirá uma gestão duramente criticada por Lula à frente do BC, em grande parte pelos movimentos na condução da taxa básica de juros, a Selic.

Campos Neto, que foi escolhido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2019, já foi classificado por Lula como um "adversário político".

Independência à frente do BC

Gabriel Galípolo abriu a sabatina no Senado, nesta terça, assegurando aos parlamentares que recebeu a garantia do presidente Lula de que terá "liberdade na tomada de decisões" na autoridade monetária.

Uma das questões que pairavam em torno de Galípolo desde antes de sua indicação dizia respeito à independência do indicado de Lula no comando do BC, diante de declarações do petista críticas à autonomia do banco.

A legislação garante ao Banco Central independência do governo federal, estabelecendo mandatos aos diretores e aos presidente da instituição, que não coincidem com o período de mandato do presidente da República, mesmo que este seja responsável pelas indicações.

Em declaração aos senadores, Galípolo afirmou que Lula foi "enfático" a respeito de sua autonomia à frente da instituição em todas as oportunidades nas quais se reuniu com o petista.

"Toda vez que me foi concedida a oportunidade de encontrar o presidente Lula, escutei de forma enfática e clara a garantia da liberdade na tomada de decisões e que o desempenho da função deve ser orientado exclusivamente pelo compromisso com o povo brasileiro. Cada ação e decisão deve unicamente ao interesse do bem-estar de cada brasileiro", declarou.

O nome de Galípolo precisa ser aprovado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e pelo plenário do Senado, o que pode acontecer ainda nesta terça.

Conflito no Oriente Médio

Lula voltou a criticar a ação militar do governo de Israel na Faixa de Gaza e no Líbano ao declarar que não se conforme com guerras no mundo.

"Eu não me conformo com a chacina que Israel está fazendo na Faixa de Gaza e agora a invasão no Líbano. Jó trouxemos hoje mais 220 libaneses para o Brasil e vamos trazer todos que quiserem vir. O mundo não precisa de guerra", disse o presidente.

Nesta terça-feira, a Força Aérea Brasileira trouxe o segundo voo com 227 repatriados do Líbano e já planeja um terceiro.

O conflito no Oriente Médio se iniciou há um ano, após o ataque terrorista do Hamas a Israel. Neste momento, os combates se alastraram da Faixa de Gaza para o Líbano e já envolvem o Irã.
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