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Persona non grata: entenda termo usado por Israel após declaração de secretário-geral da ONU

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Por André Miranda

02/10/2024 às 11:30:00 - Atualizado há
Israel declarou o secretário-geral da ONU 'persona non grata' e o proibiu de entrar no país. Descrito no artigo 9 da Convenção de Viena, o termo é um instrumento jurídico utilizado nas relações internacionais para indicar que um representante oficial estrangeiro não é mais bem-vindo. Israel proíbe entrada de secretário-geral da ONU no país

Israel declarou nesta quarta-feira (2) o secretário-geral da ONU, António Guterres, como "persona non grata". Além disso, ele afirmou que Guterres está proibido de entrar no país.

A decisão, inédita na guerra no Oriente Médio, é um protesto pelo fato de a ONU não ter condenado "de forma inequívoca" o ataque com mísseis lançado pelo Irã ao território israelense na terça-feira (1º) — leia mais sobre isso aqui.

O termo "persona non grata" é um instrumento jurídico utilizado nas relações internacionais para indicar que um representante oficial estrangeiro não é mais bem-vindo. A nomenclatura foi descrita no artigo 9 da Convenção de Viena sobre relações diplomáticas.

"Qualquer um que seja incapaz de condenar de maneira inequívoca o ataque hediondo do Irã contra Israel não merece pisar em solo israelense. Este é um secretário-geral anti-Israel, que dá apoio a terroristas, estupradores e assassinos", declarou o ministro das Relações Exteriores, Israel Katz, em um comunicado.

Lula 'persona non grata'

Em fevereiro deste ano, situação parecida aconteceu com o presidente do Brasil. O governo de Israel afirmou que Luiz Inácio Lula da Silva era uma "persona non grata", após o brasileiro comparar ações de Israel na Faixa de Gaza ao extermínio de judeus na Segunda Guerra.

Lula havia classificado como "genocídio" e "chacina" a resposta de Israel na Faixa de Gaza aos ataques terroristas promovidos pelo Hamas no início de outubro. Ele comparou a ação israelense ao extermínio de milhões de judeus pelos nazistas chefiados por Adolf Hitler no século passado.

Na época, o g1 conversou com Tanguy Baghdadi, professor de Política Internacional e criador do podcast Petit Journal, sobre o termo que costuma ser usado para pessoas detratoras, que apresentam algum risco de hostilidade para um determinado país.

Diferentemente de agora, não havia nenhuma declaração de Israel sobre Lula estar proibido de visitar o país.

"Na prática, a consequência para o presidente [Lula] é que caso ele decida visitar Israel, provavelmente o país vai negar", afirmou Baghdadi.

O mesmo Katz afirmou, nas redes sociais, que a comparação feita por Lula era um "grave ataque antissemita que profana a memória daqueles que morreram no Holocausto".

"Não perdoaremos e não esqueceremos — em meu nome e em nome dos cidadãos de Israel, informei ao Presidente Lula que ele é uma 'persona non grata' em Israel até que ele peça desculpas e se se retrate", escreveu Katz.

Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro israelense, disse, por sua vez, que havia conversado com o ministro e decidido convocar o embaixador do Brasil para uma reunião sobre a fala de Lula.
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