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G1 - Política

Lula discursa na COP 28 em Dubai

Em discurso nesta sexta-feira (1º), na abertura da conferência do clima da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP 28, em Dubai, nos Emirados Árabes, presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse que não é possível enfrentar as mudanças no clima sem enfrentar as desigualdades e que o pobre é quem mais sofre com isso.


Em discurso nesta sexta-feira (1º), na abertura da conferência do clima da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP 28, em Dubai, nos Emirados Árabes, presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse que não é possível enfrentar as mudanças no clima sem enfrentar as desigualdades e que o pobre é quem mais sofre com isso.

De acordo com Lula, "a geração que destrói o meio ambiente não é a geração que paga o preço".

"2023 já é o ano mais quente dos últimos 125 mil anos. A humanidade sofre com secas, enchentes, ondas de calor cada vez mais extremas de frequentes. No norte do Brasil, a Amazônia amarga é uma das mais trágicas secas de sua história".

Lula afirmou também que "a conta chegou antes".

"O planeta já não espera para cobrar a próxima geração. O planeta está farto de acordos climáticos não cumpridos, de metas de redução de emissão de carbono negligenciadas, de discursos vazios. Precisamos de atitudes e práticas concretas. Quantos líderes mundiais estão de fato comprometidos em salvar o planeta?".

Lula lembrou que o mundo gasta mais em armas quantias que podiam ser investidas no combate à fome e no enfrentamento à mudança do clima. "Quantas toneladas de carbono são emitidas pelos mísseis que cruzam o céu e desavam sobre civis inocentes, sobretudo crianças e mulheres".

O presidente basileiro afirmou ainda que "o mundo naturalizou disparidades inaceitáveis de renda, de gênero e de raça e que não é possível enfrentar a mudança do clima sem combater a desigualdade".

Lula criticou a ONU. "É inexplicável que a ONU, apesar de seu desforço, se mostre incapaz de manter a paz, simplesmente porque alguns dos seus membros lucram com a guerra".

"Governantes não podem ser eximidos suas responsabilidades. Nenhum país resolverá seus problemas sozinho. Estamos todos obrigados a atuar juntos, além de nossas fronteiras. O Brasil está disposto a liderar pelo exemplo. Ajustamos nossas metas que são hoje mais ambiciosas do que a de muitos países desenvolvidos".

Na agenda de Lula há uma série de reuniões com chefes de Estados, além de discussões sobre preservação ambiental, financiamento de ações para preservação do clima e transição energética. O presidente deve apresentar, entre outras coisas, os resultados de redução do desmatamento nas regiões amazônica e da Mata Atlântica, além do plano de preservação do Cerrado.

A COP 28 começou nesta quinta-feira (30) e deve durar cerca de duas semanas. O evento tem um peso fundamental para a ação global contra as mudanças do clima.

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Comitiva ministerial em Dubai

Além dos encontros de Lula, a comitiva ministerial terá objetivos específicos. Veja abaixo o que cada ministro presente no evento deve buscar na COP 28.

Marina Silva – Meio Ambiente

Durante a participação na COP 28, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, deve tratar de temas como ações de combate à crise climática, como o andamento das metas estabelecidas no Acordo de Paris, mas também de transição energética.

Marina deve apresentar dados do que o governo brasileiro considera avanços no controle do desmatamento e ações conectadas à preservação e proteção das florestas tropicais.

"Estamos indo para COP não é para ser cobrados, nem sermos subservientes, mas para, altivamente, cobrarmos que medidas sejam tomadas, porque é isso o que o Brasil tem feito", afirmou a ministra. A declaração foi dada durante reunião da CPI das ONGs, na segunda-feira (27), no Senado Federal.

Fernando Haddad – Fazenda

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, segundo o ministério, participará da COP 28 fazendo a apresentação do Plano de Transformação Ecológica do Brasil, que deve ser o tema prioritário na agenda brasileira na conferência.

Entre as medidas do Plano de Transformação Ecológica elaborado pelo governo estão:

Criação de um mercado regulado de carbono;

Emissão de títulos soberanos sustentáveis;

Criação de uma taxonomia sustentável nacional;

Reformulação do Fundo Clima para financiar atividades que envolvem inovação tecnológica e sustentabilidade.

Sônia Guajajara – Povos Indígenas

A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, terá a atenção voltada para reforçar a importância das demarcações dos territórios indígenas no mundo, segundo o ministério. No acordo de perdas e danos devido às mudanças climáticas, para o qual o Brasil está liderando a construção, o Ministério dos Povos Indígenas deve destacar a população indígena como uma das mais atingidas pelos eventos extremos.

No debate da transição energética, a ênfase de Guajajara também abordará a garantia dos direitos humanos e proteção da biodiversidade. Entre as pautas dos encontros estão também o conhecimento indígena nas soluções para crise climática, a atuação das mulheres para a justiça climática, o financiamento de projetos para as terras indígenas e a aceleração das ações práticas para o desenvolvimento sustentável.

Rui Costa – Casa Civil

Há previsão de que o ministro da Casa Civil, Rui Costa, realize reuniões bilaterais para atração de investimentos estrangeiros em Dubai, além de acompanhar o presidente Lula nos compromissos relacionados à COP-28. A Casa Civil é responsável por comandar o "Novo PAC", programa de investimentos em obras do governo federal.

Acompanhado dos ministros de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, Rui Costa participou de reuniões sobre investimentos em infraestrutura e energia na Arábia Saudita.

O ministro da Casa Civil também acompanhou as agendas de Lula no Catar e estará presente na visita do presidente brasileiro à Alemanha — próxima parada da agenda internacional.

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