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Braço direito do bicheiro Rogério Andrade é solto no Rio de Janeiro

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Por André Miranda

03/09/2024 às 13:39:24 - Atualizado há
Desembargador citou Kassio Nunes, que já havia beneficiado bicheiro apontado como 'chefe da malta'. Jeferson Tepedino Carvalho, o Feijão, um dos principais auxiliares do bicheiro Rogério Andrade, foi solto por determinação de um desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

Carvalho estava preso desde julho de 2023, quando foi parado em uma blitz da PRF (Polícia Rodoviária Federal) que identificou um mandado de prisão aberto desde 2022. Ele estava foragido e era um dos alvos da Operação Calígula, que mirou a rede de jogos de azar de Rogério Andrade.

A informação foi revelada pelo jornalista Guilherme Amado e confirmada pelo blog.

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Em seu despacho, o desembargador afirma que a prisão havia sido bem fundamentada na garantia da ordem pública e que as "providências menos gravosas seriam insuficientes". No entanto, ele enxerga ter ocorrido "modificação nas circunstâncias fáticas" e destaca que Rogério de Andrade e Gustavo de Andrade, apontados como líderes da organização criminosa, já foram colocados em liberdade, citando o habeas corpus concedido pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Kassio Nunes.

"Malgrado ao ora paciente seja atribuído papel de relevância na malta criminosa, não se pode olvidar que outros réus, inclusive os supostos líderes ROGÉRIO e GUSTAVO, bem como os corréus AMAURY LOPES JUNIOR, MARCIO ARAÚJO DE SOUZA, VINICIUS DE LIMA e CARLOS ALEXANDRE PIRES DA SILVA – denunciados pela prática dos mesmos delitos impostos ao paciente -, já não se encontram mais presos, mas, sim, com medidas cautelares diversas da prisão, tornando inconsistente a manutenção da prisão preventiva em uma linha coerente de raciocínio", justifica.

A decisão é de 21 de agosto. O desembargador determina o comparecimento em juízo uma vez por mês, a proibição de se ausentar da comarca onde reside e monitoração eletrônica por pelo menos 90 dias.

Feijão, como é conhecido, é apontado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro como gestor de casas de jogos, com importante papel na segurança e vida pessoal de Rogério Andrade.

Rogério Andrade

Reprodução

"Exerce na malta funções de grande relevo, especialmente gerenciando estabelecimentos ilegais dedicados à exploração de jogos de azar e fixando acertos corruptivos com agentes estatais para viabilizar a existência da ORCRIM, além de exercer papel de relevo na segurança e na vida pessoal de ROGERIO ANDRADE, líder da malta, trabalhando pessoalmente em seu escritório principal", descreve o MPRJ.

A investigação aponta ainda ligação com criminosos envolvidos na morte da vereadora Marielle Franco e do seu motorista, Anderson Gomes. São citados o ex-policial militar Ronnie Lessa e o ex-bombeiro Maxwell Simões Correa, o Suel.

Rede de bingos de Rogério Andrade

Em maio de 2022, o MP deflagrou a Operação Calígula, contra uma rede de jogos de azar explorada pelo bicheiro Rogério Andrade e pelo PM reformado Ronnie Lessa — réu pela morte da vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes. Segundo os investigadores, a quadrilha contava com o apoio de policiais.

Segundo as investigações, Rogério e Ronnie abriram casas de apostas e bingos em diversos estados pelo menos desde 2018. Segundo o Ministério Público, a quadrilha movimentou pelo menos R$ 10 milhões e causou um alto número de assassinatos.

O MPRJ afirma que a quadrilha "estabeleceu acertos de corrupção estáveis com agentes públicos, principalmente ligados à segurança pública, incluindo tanto agentes da Polícia Civil, quanto da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro".

Sócios no crime

De acordo com as investigações do MP, Feijão e Rogério Andrade são sócios em um negócio milionário. Os nomes deles aparecem na Receita Federal como administradores da empresa Rai Náutica, sediada na Barra da Tijuca, na Zona Oeste. A empresa tem capital social avaliado em R$ 3,5 milhões.
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