G1 - PolÃtica
Após pesquisa mostrar avanço do ex-coach no eleitorado bolsonarista, Carlos Bolsonaro elogiou-o. Entorno do atual prefeito de SP – candidato oficial do ex-presidente – vem senha para debandada, mas assessores de Bolsonaro negam, e argumentam que aproximação é parte de articulação nacional para isolar esquerda. Carlos Bolsonaro e Pablo MarçalDivulgaçãoA família Bolsonaro acenou a Pablo Marçal (PRTB) após a pesquisa Quaest de quarta-feira (28). O levantamento mostrou Marçal com 38% das intenções de voto entre eleitores de Jair Bolsonaro (PL). Ricardo Nunes (MDB), o candidato oficial do ex-presidente para a Prefeitura de São Paulo, tem 33%. Receba no WhatsApp os posts do Sadi assim que forem publicadosOs números indicam empate técnico (a margem de erro é de 5 pontos para mais ou para menos), mas um avanço de Marçal sobre o eleitorado bolsonarista. Em junho, Nunes estava à frente nesse segmento, com 36% ante os 24% do ex-coach. No levantamento geral, Marçal (19%) está empatado tecnicamente com Boulos (22%) e Nunes (19%) na liderança. Em junho, Marçal (11%) estava fora do primeiro pelotão, que era composto por Nunes (24%) e Boulos (23%).Veja todos os números das pesquisas Datafolha e Quaest sobre a disputa de SPA pesquisa foi divulgada às 15h de quarta. Às 20h30, Carlos Bolsonaro, que na semana passada havia ameaçado processar Pablo Marçal acusando-o de injúria e difamação, levantou bandeira branca. "Conversei há pouco com Pablo Marçal, foi muito educado e bacana comigo. Expusemos nossos pontos e fico feliz em ter a consciência que queremos rumar nas mesmas direções quando falamos de Brasil", escreveu Carlos. "Deixo aqui meu fraterno abraço a Pablo e que saíamos todos mais fortes para um Brasil que os Brasileiros desejam."Para aliados de Nunes e petistas – que tentam eleger Guilherme Boulos (PSOL) em São Paulo – o post foi a senha para que o bolsonarismo deixe de atacar Marçal. E mais: comece a desembarcar de Nunes.O prognóstico é que Bolsonaro vai seguir pedindo votos para Nunes – o PL é parte da coligação que tenta reeleger o emedebista –, mas libere os expoentes mais vocais do bolsonarismo a pedir votos para Marçal, num movimento análogo ao que João Doria, candidato do PSDB ao governo de São Paulo em 2018, fez como correligionário Geraldo Alckmin, que disputava a Presidência da República.Doria começou por abandonar Alckmin no interior de SP e terminou a campanha com a camiseta de "BolsoDoria", movimento que estimulava voto em si e no então candidato do PSL à presidência.Marçal também se movimenta atrair o bolsonarismo oficial. Em sabatina na GloboNews na segunda-feira (26), o candidato do PRTB descreveu Bolsonaro como "o maior líder"."Não quero tomar nada do Bolsonaro (...) Eu quero é que tenha mil Bolsonaros, mil Pablos. Ele é o maior líder e ninguém vai tirar isso dele. Eu não quero esse peso, de ser o cara. Quero servir o povo de São Paulo", disse Marçal na ocasião.Nos bastidores, assessores de Bolsonaro negam qualquer abandono de Nunes, mas seguem se queixando da falta de bolsonarismo na campanha do prefeito. Sobre a bandeira branca de Carlos Bolsonaro, esses assessores argumentam que a conciliação entre os campos de Marçal e de Bolsonaro é uma articulação nacional feita por expoentes da direita como deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), vai além da disputa pela prefeitura de SP, e tem como objetivo evitar racha na direita e criar um cordão de isolamento contra a esquerda.