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Barroso nega impedimento de Moraes no caso do vazamento de mensagens

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu negar o pedido de impedimento do ministro Alexandre de Moraes, solicitado pela defesa de investigados no inquérito das fake news.

Por André Miranda

27/08/2024 às 15:46:54 - Atualizado há
Foto: G1 - Globo
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu negar o pedido de impedimento do ministro Alexandre de Moraes, solicitado pela defesa de investigados no inquérito das fake news.

A defesa alegava que Moraes teria usado mensagens trocadas por seus auxiliares, de forma não oficial, para ordenar que a Justiça Eleitoral produzisse relatórios utilizados para embasar suas decisões no caso.

O pedido de impedimento surgiu após reportagem da "Folha de S. Paulo" revelar que o gabinete de Moraes teria utilizado o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como um braço investigativo, solicitando informalmente relatórios que embasassem medidas criminais contra apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.

As mensagens, segundo a reportagem, foram trocadas entre agosto de 2022 e maio de 2023 por auxiliares de Moraes, incluindo o juiz instrutor Airton Vieira e Eduardo Tagliaferro, então responsável pela Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE.

Os investigados argumentaram que o uso dessas mensagens configuraria um desvio de conduta por parte de Moraes, comprometendo sua imparcialidade.

No entanto, Barroso, ao rejeitar o pedido, afirmou que não há elementos suficientes que justifiquem o afastamento do ministro. Para Barroso, a atuação de Moraes no caso não apresentou indícios de parcialidade ou de interesses pessoais que pudessem influenciar suas decisões no inquérito.

A decisão de Barroso mantém Moraes à frente do inquérito das fake news, que investiga ataques à lisura das eleições de 2022 e incitação de militares contra o resultado das urnas.

O gabinete de Moraes já havia se manifestado publicamente, negando qualquer irregularidade e afirmando que todos os procedimentos realizados foram oficiais e estão devidamente documentados nos inquéritos em curso, com a participação da Procuradoria Geral da República.

Com a negativa ao pedido de impedimento, as investigações devem prosseguir sob a condução de Alexandre de Moraes, enquanto o STF continua a ser palco de discussões intensas sobre os limites da atuação judicial em processos que envolvem desinformação e ameaças à democracia.
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