G1 - PolÃtica
Está na pauta da Corte Eleitoral pedido para rever a decisão do Tribunal Regional Eleitoral do estado, que cassou os mandatos de Antonio Denarium e do vice, Edilson Damião, e aplicou inelegibilidade ao titular do governo. O Tribunal Superior Eleitoral pode julgar, nesta terça-feira (13), o recurso contra a cassação do mandato do governador de Roraima, Antonio Denarium (PP), e de seu vice, Edilson Damião (Republicanos), por abuso de poder político e econômico. Também há um pedido para reverter a sanção de inelegibilidade por 8 anos aplicada ao governador.O caso está relacionado às eleições de 2022, em que a chapa foi eleita para o governo estadual. Denarium, candidato à reeleição, foi acusado de usar a máquina pública para praticar ações proibidas para agentes públicos durante o período eleitoral, com o objetivo de obter vantagens políticas na disputa. A ação foi movida pela coligação adversária, composta por MDB, PL, PSB e PMB.Os autores da ação relataram ainda o uso eleitoral dos programas sociais "Cesta da Família" e "Morar Melhor". Ambos os projetos foram executados no ano da eleição, sem previsão legal e recursos reservados no ano anterior.Também foram apontadas irregularidades em uma ação de Natal de 2021, na qual o governo estadual, através do "Programa Emergencial Cesta da Família", distribuiu 15 mil cestas básicas e 5 mil cartões com crédito de R$ 200.Outra acusação envolve o repasse de R$ 70 milhões do governo estadual para 12 dos 15 municípios do estado, devido a chuvas. A distribuição dos recursos teria ocorrido sem critérios objetivos, sem planejamento prévio, sem mecanismos de fiscalização adequados e sem seguir as normas de transferência de recursos em situação de calamidade. Por fim, a chapa também é acusada de utilizar propaganda institucional para promoção pessoal dos políticos.TSE marca julgamento de uma das cassações do governador de Roraima, Antônio DenariumO que dizem as defesasA defesa de Antonio Denarium negou qualquer irregularidade nos programas sociais "Cesta da Família" e "Morar Melhor". Argumentou que a transferência voluntária de recursos do governo estadual aos municípios seguiu a lei e não teve caráter eleitoreiro. Também negou autopromoção na publicidade institucional e afirmou que não há provas de atos ilícitos.O vice-governador também negou as acusações de abuso de poder econômico e político, alegando que as ações realizadas não configuram condutas proibidas.Histórico do processoA Corte Eleitoral deve analisar o recurso dos dois políticos contra a decisão do Tribunal Regional Eleitoral de Roraima, que cassou seus mandatos e deixou Denarium inelegível até 2030.O TRE de Roraima concluiu que houve violação da legislação eleitoral, com o uso da máquina pública para a reeleição do governador.Em seu voto, a relatora do caso, corregedora regional eleitoral Tânia Maria Brandão Vasconcelos, afirmou que Denarium "praticou condutas contrárias à lei, com especial desvio de finalidade, utilizando-se da estrutura estatal e de vultosos recursos públicos com o propósito de interferir diretamente no equilíbrio do pleito eleitoral que se aproximava, objetivando conquistar apoio popular ao seu projeto de reeleição, em detrimento dos demais candidatos e da legislação eleitoral"."No caso dos autos, o alto grau de reprovabilidade das condutas restou amplamente evidenciado pelas fartas provas que compõem o acervo probatório e pelas circunstâncias que permeiam os fatos", declarou.Com a decisão do tribunal local, Denarium, o vice e seus partidos recorreram ao TSE para reverter as cassações e a inelegibilidade.