A diplomacia brasileira estava comemorando nesta segunda-feira (22) a entrevista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a correspondentes estrangeiros. A avaliação é que Lula fez correções de rumo nas suas abordagens sobre temas internacionais, nos quais o presidente vinha derrapando e gerando ruídos no mundo diplomático.
O ajuste mais importante foi em relação à eleição na Venezuela. Depois de evitar fazer comentários sobre as declarações do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, Lula condenou as ameaças do colega venezuelano. Maduro afirmou que, se ele não vencer a eleição, haverá um "banho de sangue" e uma "guerra civil" fraticida em seu país.
Lula afirmou na entrevista que já avisou a Maduro: quem ganha fica e quem perde sai, e que é preciso ter um banho de votos e não de sangue na eleição. A declaração do presidente foi mal recebida pelo grupo de Nicolás Maduro.
Lula diz ter ficado 'assustado' com fala de Maduro sobre 'banho de sangue'
O presidente brasileiro decidiu enviar seu assessor especial para assuntos internacionais, o embaixador Celso Amorim, para acompanhar a eleição na Venezuela no próximo domingo, em 28 de julho. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) também está enviando dois técnicos para atuarem como observadores nas eleições no país vizinho.
Em relação a Joe Biden, Lula também fez ajustes no discurso. Depois de ter não só manifestado apoio a Biden, mas também dito que torcia pela vitória dele, nesta segunda (22), Lula voltou a demonstrar carinho pelo presidente dos EUA, mas afirmou que terá uma relação respeitosa com quem for o vencedor nas eleições dos Estados Unidos.