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G1 - Política

ANJ diz que Estadão sofre tentativa de intimidação por reportagem sobre visitas de mulher de criminoso a ministério

Associação Nacional de Jornais repudiou ataques contra o jornal e a sua editora de Política.


Associação Nacional de Jornais repudiou ataques contra o jornal e a sua editora de Política. Estadão mostrou que mulher de chefe de facção criminosa do Amazonas foi recebida duas vezes neste ano no Ministério da Justiça. A Associação Nacional de Jornais (ANJ) repudiou nesta segunda-feira (20) a "tentativa de intimidação" que vem sendo sofrida pelo jornal "O Estado de S. Paulo" após reportagem sobre a visita da mulher de um chefe de facção criminosa ao Ministério da Justiça.

Luciane Barbosa Farias é mulher de Tio Patinhas, preso desde dezembro de 2022, quando era considerado um dos criminosos mais procurados do Amazonas.

A reportagem foi publicada pelo jornal na semana passada. Segundo informações do Estadão, ela foi recebida duas vezes neste ano por assessores do ministro Flávio Dino.

Em março, ela esteve com o secretário de Assuntos Legislativos do Ministério, Elias Vaz. Em maio, com o secretário nacional de Políticas Penais, Rafael Velasco Brandani.

A pasta alega que ela acompanhava um grupo que pediu audiência com as autoridades.

Após a publicação da reportagem, o Estadão passou a ser alvo de ataques de governistas e simpatizantes.

"A ANJ acompanha com preocupação e manifesta seu repúdio às tentativas de intimidação contra O Estado de S.Paulo e sua editora de Política, Andreza Matais, depois de o jornal ter divulgado o acesso da mulher de um líder do crime organizado no Amazonas a gabinetes do Ministério da Justiça", disse a associação em um trecho da nota publicada nesta segunda.

A ANJ afirmou também que intimidar jornalistas não faz parte da democracia e fere a liberdade de imprensa.

"O uso de métodos de intimidação contra veículos e jornalistas não se coaduna com valores democráticos e demonstra um flagrante desrespeito à liberdade de imprensa. Também evidencia uma prática característica de regimes autocráticos de, com o apoio de dirigentes políticos, sites e influenciadores governistas, tentar desviar o foco de reportagens incômodas por meio de ataques contra quem as apura e divulga", completou a entidade.

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