G1 - PolÃtica
Documento divulgado pela organização Transparência Internacional aponta que índices são mais baixos especialmente em relação a obras públicas e emendas parlamentares ao orçamento. Três em cada quatro capitais brasileiras têm níveis regulares ou ruins de transparência, de acordo com o relatório divulgado nesta terça-feira (16) pela organização Transparência Internacional.Segundo o documento, a pontuação é especialmente negativa no caso de informações relativas a obras públicas e à execução de emendas parlamentares ao orçamento (veja a média mais abaixo). De acordo com a entidade, "o resultado preocupa, em particular, num ano eleitoral, já que as obras e emendas representam riscos de corrupção e são recursos frequentemente turbinados, e que podem distorcer a resposta das urnas". Os resultados do Índice de Transparência e Governança Pública (ITGP) apontam que apenas Vitória (ES) tem classificação "ótima" no ranking das capitais, com nota 98,6. Na outra ponta do espectro, Belém (PA), Teresina (PI) e Macapá (AP) têm os piores resultados.Os dados levam em consideração resultados em seis dimensões. Entre eles, transparência no recebimento de emendas parlamentares, em detalhes da contratação de obras públicas e licitações e na concessão de incentivos fiscais a empresas, por exemplo.A avaliação varia entre 0 (pior resultado de transparência e governança) a 100 (melhor posição). O ranking não inclui o Distrito Federal e Porto Alegre (RS), que não foi incluída em função da tragédia causada pelas enchentes no estado.CritériosPara chegar ao resultado de cada capital, o relatório estabelece critérios levando em consideração seis dimensões. ????? São elas: legal, plataformas, administração e governança, obras públicas, transparência financeira e orçamentária, e participação e comunicação.Ou seja, disponibilidade e facilidade de acesso a dados como:recebimento e aplicação de emendas parlamentares; detalhes da contratação de obras públicas e licitações;licenças ambientais;concessão de incentivos fiscais a empresas;agendas dos prefeitos e na realização de consultas públicas, entre outras práticas analisadas. O objetivo é identificar se as capitais "mantém leis, políticas e práticas adequadas pra compartilhar informações cruciais para que jornalistas, ativistas, órgãos de controle e população em geral possam acompanhar os recursos públicos", segundo a organização.Média das capitais por dimensão avaliadaLegislações: nota 58,0Plataformas: nota 75,8Administrativo e governança: nota 58,5Obras públicas: nota 34,3Transparência financeira e orçamentária: nota 48,9Comunicação, engajamento e participação: nota 52,5Recorte regionalEm um enquadramento por regiões do país, as capitais do Sudeste representam as melhores classificações, com média de 81,6 pontos — o que representa a faixa considerada como "bom"; seguidas por Nordeste (54,4), Sul (53,3), Centro-Oeste (51,8) e Norte (41,2).A média nacional ficou em 54,8 ("regular").Como aumentar a transparência, segundo a organização:Regulamentar a Lei Anticorrupção em nível local;Criar normas e mecanismos de proteção a denunciantes de corrupção;Aprimorar a transparência de contratos, licitações e incentivos fiscais;Disponibilizar informações sobre emendas parlamentares recebidas pelo município por deputados estaduais, federais e senadores, assim como de emendas realizadas pelos vereadores;Criar leis, planos e portais de dados abertos, fomentando a disponibilização dos diversos tipo de informação em formato aberto;Criar portais que centralizem as informações sobre a execução física e orçamentária das obras públicas, bem como das licenças ambientais dos empreendimentos;Fortalecer mecanismos de controle social, audiências e consultas públicas, orçamento participativo e conselhos, incluindo a criação de conselhos municipais de transparência e combate à corrupção.