G1 - PolÃtica
No Senado, a PEC ainda precisará passar por mais quatro discussões antes de ser votada em dois turnos. O plenário do Senado Federal começou a discutir nesta terça-feira (2) uma proposta que muda a Constituição para possibilitar às prefeituras que paguem, no prazo de 20 anos, dívidas com a Previdência. Não é a primeira vez que ocorre esse parcelamento dos débitos. O último foi em 2021.O presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, estima que o valor da dívida está em:R$ 248 bilhões para 4,2 mil prefeituras, que estão no regime geral;R$ 312 bilhões, considerando 81% de 2,1 mil prefeituras com Regime Próprio de Previdência Social (RPPS).No Senado, a proposta de emenda à Constituição (PEC) ainda precisará passar por mais quatro discussões antes de ser votada em dois turnos. Depois dessa etapa, o texto seguirá para a Câmara.Pec dos Precatórios: municípios apoiam texto em troca de renegociação de dívidasPagamentosDébitos com vencimento até a data em que a lei começar a valer poderão ser pagos em 240 parcelas, ou seja, 20 anos, no caso do regime geral. A extensão do prazo valerá mesmo que o município tenha descumprido regras anteriores de parcelamento da dívida. A prorrogação diz respeito ao estoque total da dívida, ainda que parte tenha sido negociada anteriormente.Mas as prefeituras com regime próprio de Previdência terão de comprovar, até o fim de 2025, que aderiram a programa do governo sobre regularidade previdenciária. Assim como ter atendido a alguns requisitos, como ajuste de benefícios de funcionários com base no tratamento dado pelo governo federal aos servidores públicos.A taxa Selic, base para controle da inflação, continuará sendo aplicada como juro, para corrigir os valores dos débitos.A prefeitura que não pagar três meses seguidos ou seis meses alternados da dívida de contribuições previdenciárias perderá o benefício de quitar o valor em 20 anos."Baixa adesão"Quando a PEC foi apresentada, em 2023, por um grupo de senadores liderado por Jader Barbalho (MDB-PA), o parlamentar afirmou que o parcelamento de 2021 teve "baixa adesão" e representou "um retrocesso" em relação ao prazo anterior, estabelecido em 2017.Segundo ele, um dos motivos foi "o aumento da taxa Selic verificado ao longo do período de adesão"O texto ainda renegocia o pagamento pelos municípios de precatórios — pagamentos que derivam de ações judiciais relativas a salários e aposentadorias, por exemplo.