G1 - PolÃtica
Deputado cassado alegava abuso de autoridade dos ministros após PF abrir inquérito para apurar disseminação de notícias falsas sobre a tragédia climática no Rio Grande do Sul. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, rejeitou um pedido feito pelo deputado cassado Deltan Dallagnol para abrir uma investigação contra o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e o ministro da Secretaria Extraordinária para Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta. Dallagnol solicitou à PGR uma investigação contra os dois, por suposto abuso de autoridade, após a Polícia Federal abrir um inquérito com objetivo de apurar a disseminação de notícias falsas envolvendo a tragédia climática que devastou o Rio Grande do Sul. A PF, subordinada ao Ministério da Justiça, abriu o inquérito a pedido da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), à época chefiada por Paulo Pimenta. Por isso, os dois ministros são citados no pedido de Dallagnol.Deltan alega que não existem "indícios de crimes que justifiquem a instauração de inquérito policial, mas apenas informações e/ou críticas políticas ao Governo Federal, que não podem ser tolhidas". E afirmou que parlamentares e jornalistas estavam entre os investigados.LEIA TAMBÉM:Veja o que é #FATO ou #FAKE sobre a tragédia no Rio Grande do SulNo entanto, ao negar o pedido, o PGR afirmou que os elementos apontados "não se mostram suficientes à realização de apurações".Para Gonet, o ofício da Secom que solicitou a investigação das fake news "apresentou um rol de notícias de conteúdo duvidoso, algumas capazes de gerar pânico na população e desmobilizar doações e resgates, além de potencialmente atingir a honra de autoridades públicas, situações que possuem repercussão criminal"."Além disso, o volume de conteúdos duvidosos divulgados de forma simultânea traz indicativos de eventual grupo criminoso articulado para disseminação de notícias falsas, o que também pode vir a caracterizar condutas penalmente relevantes", continua o PGR. Por isso, Gonet entende que a apuração dos disseminadores de notícias falsas deve seguir. "A responsabilização, dentro dos parâmetros legais, pelo eventual uso abusivo do direito à liberdade de expressão minimiza a crise informacional hoje vivenciada e favorece a construção de pautas que efetivamente solucionem as crises humanitárias, promovendo agregação social."Inquérito da PFA onda de fake news na tragédia do RSA apuração da Polícia Federal sobre as fake news na tragédia do Rio Grande do Sul foi aberta no dia 8 de maio. À ocasião, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que militares reclamaram que a divulgação de informações falsas no estado dificultava as operações de resgate."Pedi que o ministro [Ricardo] Lewandowski (Justiça) desse uma entrevista à imprensa anunciando que vai pedir à Polícia Federal que abra procedimento, e que a AGU [Advocacia-Geral da União], junto com o Ministério da Justiça, irá acionar os órgãos competentes para consequente ação judicial e de responsabilização dessas pessoas", disse Rui Costa.Enquanto Rui Costa falava, Pimenta disse com um colega que é preciso "botar para f***r com os caras" que divulgam informações falsas."As Forças Armadas e equipes de resgate da Defesa Civil estão exaustas de tanta fake news. AGU e PF devem agir para identificar os agentes criminosos para impedir sua ação organizada para prejudicar os resgates e salvamentos", disse ao g1.