G1 - PolÃtica
Após semanas de tensão no mercado financeiro, a equipe econômica do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comemora a queda do dólar e dos juros futuros nesta sexta-feira (3).A situação gera alívio para a economia brasileira antes da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, marcada para os dias 7 e 8 de maio, quando será definida a nova taxa Selic.Os indicadores dos últimos dois dias estão refletindo boas notícias. A agência de risco Moody's mudou a expectativa de classificação da nota brasileira, de estável para positiva, o que já havia gerado reação positiva do mercado. Após seis anos, agência de risco Moody's melhora perspectiva de nota de crédito do BrasilNesta sexta, o dólar abriu em queda depois de os Estados Unidos anunciarem a criação de apenas 175 mil novas vagas de emprego em abril. As previsões apontavam para 240 mil, e o total veio bem abaixo do registrado em março, quando foram 315 mil novas vagas. A desaceleração no mercado de trabalho pode influenciar os próximos passos do Federal Reserve, o banco central americano, com possível corte da taxa de juros no segundo semestre.O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, disse ao blog que realmente o "cenário externo deu um alívio", depois de estar pressionado na semana passada. "Com tudo isso, temos visto uma boa trégua no front financeiro externo e interno", afirmou Durigan, acrescentando que isso é uma boa notícia porque não deve atrapalhar a "boa desinflação que temos tido".Se nesta sexta o dólar abriu em queda, na quinta (2) ele caiu 1,5%, fechando na casa de R$ 5,10, e os juros futuros também tiveram uma queda firme, depois do feriado do Dia do Trabalho. Boas notícias que trouxeram alívio para equipe econômica e menos preocupação sobre pressões inflacionárias. E o preço do barril do petróleo também caiu. Sinal de que a tensão das últimas semanas deu realmente uma trégua exatamente antes da semana do Copom.A inquietude que estava reinando no mercado financeiro levou o Banco Central a alertar para a possibilidade de mudar a sinalização dada depois da última reunião do Copom, de que na próxima semana haveria mais um corte de 0,50 ponto percentual. O próprio presidente do BC, Roberto Campos Neto, destacou que, além do indicativo da última reunião do Copom, o órgão poderia analisar outras possibilidades, como uma redução no tamanho do corte, de 0,50 para 0,25 ponto percentual.Agora, a avaliação dentro do governo é que o cenário interno e externo melhorou e não haveria motivos para o Banco Central mudar seu plano de voo original, para reduzir os juros básicos da economia de 10,75% para 10,25% ao ano.