Presidente chegou a reclamar com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, dizendo que o ato "foi mal convocado". Movimentação de trabalhadores no estacionamento da Neo Química Arena, na zona leste de São Paulo, na manhã da quarta-feira (1Âș). Evento contou com a presença do presidente Lula
LECO VIANA/THENEWS2/ESTADÃO CONTEÚDO
O ato organizado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e outras lideranças sindicais que contou com a presença do presidente Lula (PT) em São Paulo reuniu menos de 2 mil pessoas na quarta-feira (1Âș), segundo pesquisa "Monitor do debate político", da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP.
O estudo aponta que foram 1.635 pessoas presentes no evento realizado na Neo Quimica Arena, estádio do Corinthians –time pelo qual o presidente torce– na Zona Leste da capital. A margem de erro é de 12%, ou seja, 196 pessoas para mais ou para menos.
Para a contagem do público, os pesquisadores utilizaram um software que contabilizou o número de pessoas presentes no pico de comparecimento, às 13h46, poucos minutos antes do discurso de Lula.
O ato teve um público abaixo do esperado pelo presidente que, inclusive, reclamou com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, responsável pela relação do governo com os movimentos sociais.
"O ato está mal convocado. Não fizemos o esforço necessário para levar quantidade de gente que precisa levar", disse Lula.
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Lei de isenção de Imposto de Renda
O presidente Lula sancionou durante o evento a lei que oficializa a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 2.824 mensais – o equivalente a dois salários mínimos, em 2024.
A isenção, aprovada pelo Congresso no mês passado, já estava valendo por meio de medida provisória. No entanto, com a sanção, a MP será revogada e a medida se torna lei.
O texto foi publicado em edição extra do "Diário Oficial da União (DOU)" na quarta.
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Felipe Marques/Zimel Press/Estadão Conteúdo
Pedido de votos a Boulos
No evento, Lula pediu votos para o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), pré-candidato à Prefeitura de São Paulo. Contudo, a Justiça Eleitoral determinou nesta quinta-feira (2) que o YouTube e o presidente Lula (PT) removessem o vídeo.
A liminar atendeu ao pedido do Partido Novo, uma das legendas que acionou a Justiça contra a fala de Lula.
A legislação eleitoral impõe restrições à propaganda na chamada pré-campanha e proíbe pedido de voto.
Na decisão, o juiz estabelece que o vídeo seja removido do canal do presidente na plataforma em até 48 horas. Por volta das 15h, o vídeo foi retirado da página de Lula no YouTube.
O Palácio do Planalto já tinha apagado do CanalGov, do Youtube, a transmissão dos discursos do 1Âș de Maio. Porém, ela seguia no perfil pessoal de Lula nas redes sociais.
Relação com o Congresso
Lula minimizou os atritos recentes com o Congresso e ressaltou que, até o momento, o governo conseguiu aprovar os principais projetos que apresentou, a exemplo da reforma tributária, porque ministros e parlamentares "aprenderam a conversar".
"Se vocês acompanharem a imprensa todo dia, dá a impressão que tem uma guerra entre o governo e o Congresso Nacional. Vocês sabem que a minha bancada, a chamada bancada progressista que me elegeu nas eleições, a gente não chega a 140 deputados de 513. Eu quero fazer um reconhecimento. É que nós fizemos alianças políticas para governar e até hoje, prestem atenção, todos os projetos que nós mandamos para o Congresso foram aprovados de acordo com os interesses que o governo queria. E isso por competência dos ministros, por competência dos deputados que aprenderam a conversar ao invés de se odiarem", disse.
A relação do governo com o Congresso é marcada por episódios de desgastes ora com a Câmara, ora com o Senado.