G1 - PolÃtica
Demorou quase três meses, mas o presidente Lula foi convencido de que não dava mais para protelar a troca na Caixa sob o risco de travar as votações da agenda econômica. Na quarta (25), foi anunciada a substituição na presidência do banco: sai Rita Serrano, entra o economista Carlos Vieira Fernandes.Agora, Lula e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), vão começar a tratar das vice-presidências da instituição. O Centrão queria porteira fechada – poder para decidir todas as diretorias –, mas não terá. Ainda assim, quer pelo menos indicar as mais importantes.A mais visada, de Habitação, é ocupada por um nome com apoio do PT, Inês Magalhães, e o Palácio do Planalto não quer entregar. A troca no comando da Caixa, porém, já será suficiente para pacificar neste momento as relações do governo com o Centrão. Até a próxima disputa por cargos.É bom lembrar que, no caso da Caixa, o Planalto perguntou ao PP e ao Republicanos, antes do recesso, se eles queriam participar do governo e integrar oficialmente a base aliada de Lula. A resposta foi sim. Aí o presidente mandou perguntar o que eles queriam de estrutura no governo. A resposta foi: um ministério para cada partido, o comando da Caixa para o PP, e a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) para Republicanos.Naquele momento, Lula fechou o acordo. Demorou dois meses para fazer os anúncios dos ministérios, mas deixou na prateleira a troca na Caixa, efetuada agora. Ou seja, Lula está cumprindo um acordo que fez no final do primeiro semestre.g1 em 1 Minuto: Lula demite presidente da Caixa e Idoso é assaltado e jogado no chãoAgenda econômicaA equipe econômica respirou aliviada quando o presidente resolveu a troca no banco, destravando as votações dos projetos da agenda econômica. Na quarta (25), foram aprovados os projetos que tributam os fundos exclusivos de investimentos e os de offshore, que podem garantir R$ 20 bilhões aos cofres do governo no ano que vem. A votação aconteceu também porque a equipe econômica negociou com a bancada ruralista. Fernando Haddad tem pressa em votar todas as pautas da agenda econômica para garantir ou pelo menos chegar perto da meta do déficit zero no ano que vem.