G1 - PolÃtica
Principal consultor diplomático de Lula, Celso Amorim afirmou que discordâncias entre Israel e Egito têm travado avanço. Passagem pelo território egípcio é a única rota de saída viável de Gaza. Celso Amorim explica situação da saída de brasileiros de Gaza para EgitoO assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, Celso Amorim, afirmou neste domingo (15) que há um "jogo do empurra" nas negociações entre Egito e Israel para a abertura da fronteira egípcia com Gaza — única rota de saída viável do território palestino.Segundo o principal conselheiro diplomático do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), há discussão entre os países sobre as condicionantes para destravar e permitir a saída de estrangeiros em Rafah, localizada entre o sul da Faixa de Gaza e o Egito. "A situação é sempre complexa nesses casos e, nesse caso especialmente, porque há muitos interesses em jogo, há um certo jogo do empurra, também, de saber do por que não está saindo", afirmou à GloboNews.Gaza tem sido alvo de bombardeios de Israel desde a semana passada, em uma reação ao ataque terrorista do Hamas. Até a última atualização, 4.070 pessoas morreram — 2.670 em Gaza e 1,4 mil em Israel. Entre as vítimas estão três brasileiros.Brasileiros e cidadãos dos Estados Unidos, União Europeia, entre outros países, aguardam para sair da Faixa de Gaza por meio da fronteira com o Egito, que, atualmente, é a única rota viável.AO VIVO: acompanhe as últimas atualizações do conflito entre Israel e HamasDe acordo com Amorim, israelenses e egípcios discordam sobre os motivos que inviabilizaram a abertura da passagem. "Se você fala do lado israelense, eles dizem que os egípcios não abriram a passagem. E, se você fala com os egípcios, eles falam — e eu acredito que isso é verdade — que eles não abriram a passagem porque eles não têm garantias de que as pessoas poderão passar com segurança", disse.Desde o início do conflito, mais de um milhão de pessoas — entre elas centenas de estrangeiros, inclusive um grupo de brasileiros — fugiram para cidades do Sul de Gaza, onde esperam que a abertura da fronteira egípcia os permita deixar o território antes que Israel inicie uma incursão por terra.Há dias, Israel e Egito travam negociações mediadas pelos Estados Unidos para criar um corredor humanitário de saída de estrangeiros pela fronteira do sul de Gaza com o Egito. Neste domingo, os Estados Unidos acusaram o Hamas de travar o acordo.Em entrevista à GloboNews, Celso Amorim disse ter "esperança" de que a fronteira seja aberta nesta segunda (16) e possibilite a repatriação de um grupo de 32 brasileiros e palestinos acompanhados pelo governo do Brasil."Estamos dependendo de que haja um acordo entre Egito, Israel e Estados Unidos, para que a passagem seja aberta", afirmou.O ex-ministro das Relações Exteriores tem participado de diálogos com representantes diplomáticos de países da Europa, da Ásia e da África para discutir a construção de solução pacífica para o conflito na região de Gaza.Palestinos e estrangeiros lotam sul de Gaza esperando abertura da fronteira com o EgitoResgate de brasileiros em GazaÀ espera da abertura da passagem de Rafah, 22 brasileiros e 10 palestinos são acompanhados e assistidos pelo governo brasileiro.Segundo o blog da Ana Flor no g1, membros do governo receberam neste domingo uma sinalização de que a fronteira deverá ser aberta na manhã desta segunda-feira (16). O Escritório de Representação do Brasil em Ramala, cidade da Cisjordânia onde fica a sede da Autoridade Palestina, afirma que o grupo está abrigado nas cidades de Rafah e Khan Yunis, em Gaza.Segundo planejamento do Planalto, após atravessarem a fronteira de Gaza com o Egito, as 32 pessoas devem ser deslocadas até o aeroporto do Cairo, em Egito.De lá, eles serão trazidas para o Brasil, em uma aeronave cedida pela Presidência, que tem capacidade para transportar até 40 passageiros."O Brasil fez tudo o que podia fazer, tanto do ponto de vista das providências logísticas no local. Os brasileiros hoje estão perto da saída de Rafah. E fez tudo também do ponto de vista político", afirmou Celso Amorim.