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G20 terá grupo de Empoderamento Feminino para discutir igualdade e enfrentamento à misoginia

Como Brasil preside grupo de países, debates serão coordenados pela ministra das Mulheres, Cida Gonçalves.

Por André Miranda

17/01/2024 às 15:53:37 - Atualizado há
Como Brasil preside grupo de países, debates serão coordenados pela ministra das Mulheres, Cida Gonçalves. Em discurso, Janja citou impacto da misoginia nas mulheres do Sul Global. Representantes das 20 maiores economias do mundo vão discutir, ao longo dos próximos meses e sob comando do Brasil, temas como o enfrentamento à misoginia e à violência e a busca por igualdade de direitos entre homens e mulheres.

Os debates ocorrerão no Grupo de Trabalho de Empoderamento Feminino no G20 – que, além dos países, reúne representantes da União Europeia e da União Africana. As reuniões do colegiado foram retomadas nesta quarta-feira (17).

O GT de Empoderamento é uma novidade da presidência brasileira do G20, iniciada em dezembro. A coordenação ficará a cargo da ministra das Mulheres, Cida Gonçalves.

A primeira reunião teve como pauta assuntos como:

a divisão sexual do trabalho como fator de desigualdade entre homens e mulheres – por meio da garantia de empregos e salários superiores aos homens e do trabalho doméstico das mulheres;

e assuntos relacionados a justiça climática – ressaltando que mulheres são as protagonistas das ações territoriais que visam frear o agravamento da crise climática e suas consequências sobre seus povos e territórios.

A primeira-dama do Brasil, Janja da Silva, discursou na reunião inaugural do grupo de trabalho e ressaltou o peso da misoginia e da desigualdade de gênero nas mulheres dos países mais pobres e em desenvolvimento, o chamado "Sul Global".

"Na nossa realidade desigual, os países do Sul Global que têm sofrido as maiores perdas materiais e humanas. Mas hoje já podemos observar que os países do Norte e os mais ricos também têm percebido o aumento dos impactos em seus territórios e populações", disse Janja.

"Nesse cenário, as mulheres estão ainda sob maior risco e sofrem de forma desproporcional os prejuízos das crises, considerando seu papel social e histórico de responsabilidade sobre os cuidados dos mais vulneráveis", continuou.

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Compromissos do G20

Em 2023, na última Declaração dos Líderes do G20, ainda sob a presidência da Índia, os países integrantes do G20 reafirmaram que a igualdade de gênero é um tema de importância fundamental e que investir no empoderamento mulheres e meninas tem efeito multiplicador na implementação da Agenda 2030 da ONU – um plano de ação para a comunidade internacional com foco para o Desenvolvimento Sustentável até 2030.

Na ocasião, destacaram ainda o "desenvolvimento liderado por mulheres" como crucial para alcançar a igualdade de gênero e contribuir para o crescimento global do PIB.

Os países do G20 assumiram compromissos como:

aumentar a participação das mulheres na força de trabalho;

garantir acesso das mulheres à educação de qualidade;

promover a plena participação das mulheres no mercado de trabalho, com ênfase em reduzir a disparidade salarial e garantir o acesso igualitário a um trabalho digno e empregos de qualidade;

reduzir pela metade a lacuna digital de gênero até 2030;

garantir a segurança alimentar, nutrição e bem-estar das mulheres;

promover ação climática com inclusão de gênero;

eliminar estereótipos e preconceitos de gênero, bem como modificar normas, atitudes e comportamentos que perpetuam a desigualdade de gênero; e

eliminar a violência sistemática de gênero.

Os encontros do GT de Empoderamento Feminino acontecem nesta quarta (17) e quinta-feira (18) por videoconferência com representantes dos países do G20. Os representantes do Brasil participam juntos, reunidos em Brasília.

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Sequência de debates

As reuniões a partir desta quarta-feira darão continuidade aos trabalhos que começaram, em dezembro, com as trilhas de Sherpas e de Finanças em Brasília.

Os primeiros encontros dos grupos de trabalho e das forças-tarefa do G20 terão foco no alinhamento dos objetivos da presidência brasileira aos temas centrais que compõem a agenda de cada um dos grupos.

Entre janeiro e fevereiro, serão 33 reuniões dos grupos de trabalho – todos por videoconferência. A partir de 21 de fevereiro, as reuniões presenciais voltam à agenda.

Nos dias 21 e 22 de fevereiro, acontecerá a primeira cúpula do ano, com chanceleres dos países do G20 no Rio de Janeiro.

Depois, nos dias 26 e 27, reunião dos "Deputies" de Finanças e Bancos Centrais, em São Paulo. E nos dias 28 e 29 de fevereiro, reunião Ministerial de Finanças e Bancos Centrais, também em São Paulo.
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