G1 - PolÃtica
Medidas fazem parte do pacote do governo para aumentar a arrecadação em 2024 e zerar o déficit nas contas públicas. O parecer do projeto de lei das offshores vai incluir também a tributação de fundos exclusivos e uma nova proposta para os juros sobre capital próprio (JPC). A informação é ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, nesta terça-feira (3)."O relatório combina os três mecanismos: tanto fundos offshores, quanto fundos exclusivos, os fundos fechados e o tema dos juros sobre capital próprio, o JPC", declarou.Padilha participou de reunião na tarde desta terça-feira (3) com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o relator do projeto das offshores, deputado Pedro Paulo.De acordo com o ministro, a equipe da Fazenda e do deputado estão trabalhando para apresentar um relatório preliminar ainda nesta terça. "[Estamos] Pensando num mecanismo, num diálogo com o relator, que seja um mecanismo justo e eficiente para dar tranquilidade e segurança para quem usa desse recurso para capitalizar e investir, mas impedindo qualquer tipo de abuso ou imposição na utilização desse mecanismo", disse.As três propostas foram enviadas em separado ao Congresso Nacional. A taxação dos fundos exclusivos está prevista em medida provisória assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em agosto. Já a JPC e as offshores são projetos de lei.As medidas fazem parte do pacote do governo para aumentar a arrecadação em 2024 e zerar o déficit nas contas públicas.Questionado sobre se a mudança na JPC prejudicaria a previsão de arrecadação do governo, Padilha disse que "vai reforçar a capacidade do governo federal de perseguir as metas fiscais".O governo pretende elevar a arrecadação em R$ 168 bilhões para cumprir a meta de déficit zero em 2024 --quando gasta o que arrecada, ou seja, as despesas não são superiores às receitas.Lula defende taxação de fundos exclusivosProposta para JCPSegundo o relator do projeto, a nova proposta deve manter os juros sobre capital próprio. O governo havia enviado um projeto para acabar com dedução da JPC do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).Os juros sobre capital próprio são uma forma de distribuição dos lucros de uma empresa de capital aberto (que tem ações na bolsa) aos seus acionistas, para remunerar o capital investido. "Estamos discutindo como se pode ter que o Juros sobre Capital Próprio cumpra efetivamente as suas funções de capitalização das empresas, em substituição ao endividamento a partir dessa capitalização de seus sócios, mas que isso não gere mecanismos de simplesmente se beneficiar tributariamente", declarou o deputado.Pedro Paulo afirmou que está discutindo com o ministro da Fazenda uma proposta "que a JCP cumpra efetivamente as suas funções e se alinhe a práticas internacionais de efetiva capitalização dos sócios". Dessa forma, os benefícios seriam mantidos para quem usar a JCP como uma forma de capitalização das empresas, mas não para quem faça "algum tipo de esperteza tributária", disse o deputado.