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Diplomacia de Lula vê dificuldade em unificar posição da América Latina e Caribe sobre deportações de Trump

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Por André Miranda

27/01/2025 às 10:07:08 - Atualizado há
Argentina e El Salvador, alinhados ao discurso do presidente americano, devem impedir posição conjunta do bloco na Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos, avaliam integrantes do governo. Brasileiros deportados dos Estados Unidos após desembarque no aeroporto de Confins

Rafaela Mansur/ g1

As chances de a América Latina e o Caribe reagirem em bloco contra a espetacularização da política de deportações em massa de Donald Trump é considerada remota por diplomatas do Brasil que preparam o presidente Lula para a reunião da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), marcada para a próxima quinta-feira (30). A presença de aliados entusiasmados de Trump na região, como Argentina e El Salvador, tende a dificultar a chegada a uma posição uníssona.

Essa é a avaliação da burocracia das relações exteriores do Palácio do Planalto. Nesse cenário, o Brasil tentará apresentar reivindicação por condições humanitárias nos voos de deportação.

Passageiros que desembarcaram em Manaus neste fim de semana disseram ter sofrido maus tratos, sem acesso a água ou banheiro, com agressões. Eles também foram encontrados algemados nas mãos e nos pés, o que é praxe em operações deste tipo.

O espaço para discussão, segundo diplomatas ouvidos pelo blog, está apenas na forma do traslado dos deportados. Isso porque a expulsão do território americano é visto como um direito inalienável e irrecorrível do governo Trump. O caminho a seguir, portanto, seria o de negociar garantias mínimas de tratamento digno.

A equipe de Lula também fez uma avaliação sobre a escalada de tensão entre Estados Unidos e Colômbia, depois que o presidente Gustavo Petro decidiu impedir o pouso de uma aeronave com deportados em solo colombiano.

Petro cometeu erros de estratégia, de acordo com fonte do blog. Para a decolagem do voo acontecer, nos Estados Unidos, o ingresso no espaço aéreo colombiano já estava autorizado. Uma guinada, portanto, soou como provocação política. Trump reagiu sobretaxando em 25% a compra de produtos colombianos. Petro, então, recuou.

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