G1 - PolÃtica
Lula ao lado do publicitário Sidônio Palmeira, responsável pela campanha eleitoral do petista em 2022.Ricardo Stuckert/Secom/Presidência da RepúblicaO novo ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Sidônio Palmeira, toma posse nesta terça-feira (14) prometendo mudar de vez a forma de o governo se comunicar com a população, principalmente nas redes sociais, atuando mais na ofensiva do que ficando mais na defensiva.Aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lembram, porém, que o governo precisa ajudá-lo tomando medidas para reduzir a inflação. Nem um mágico, dizem, é capaz de melhorar a comunicação e a avaliação do governo se a inflação estiver em alta. Sidônio Palmeira assumirá Secom da PresidênciaO ano começa com inflação pressionada e o mercado prevendo uma taxa ao final de 2025 maior do que a de 2024, 5% contra 4,83%.Publicitário, responsável pela campanha de Lula em 2022, Sidônio Palmeira é um profissional do ramo e sabe operar uma área em que o governo é frágil, a comunicação digital, na qual o governo Lula costuma levar uma surra dos bolsonaristas. O próprio presidente reclama que seu governo vive sendo obrigado a apagar incêndios nas redes sociais.Antes mesmo de tomar posse, Sidônio Palmeira já vem dando um novo tom à comunicação do governo. Ele orientou o presidente Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a reagirem rapidamente à onda de fake news dizendo que o governo iria taxar as transações com Pix. Além disso, foi o responsável pelo discurso escrito de Lula na cerimônia que marcou os dois anos dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, elogiado pelos aliados, que criticaram o improviso do presidente.Por sinal, esse será também outro desafio do ministro da Secretaria de Comunicação Social. Convencer o presidente Lula a estar mais atento nos seus improvisos para evitar dar munição à oposição, como quando disse que maridos costumam amar mais as amantes do que suas mulheres. A derrapagem de Lula foi explorada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.Na área econômica, no campo da contenção de gastos, o Ministério da Fazenda quer aprovar no início deste ano as mudanças na aposentadoria dos militares e o projeto de combate aos supersalários. Especialistas em contas públicas avaliam, porém, que o governo precisa tomar mais medidas na área fiscal para acalmar o mercado.As duas medidas não devem gerar uma economia acima de R$ 4 bilhões. Segundo esses especialistas, o presidente Lula deveria autorizar mais ações na área fiscal, mas por enquanto o governo quer aguardar os impactos do pacote fiscal aprovado no ano passado antes de tomar novas decisões no campo fiscal.Cálculos do economista Felipe Salto indicam que o governo precisa de um corte adicional de R$ 35 bilhões a R$ 40 bilhões para conseguir cumprir a meta fiscal deste ano, utilizando a banda de tolerância de um déficit de 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB), equivalente a R$ 31 bilhões. Sem novas medidas, o governo terá de fazer um bloqueio e contingenciamento de impacto logo no início do ano.