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Governo terá que anunciar novas medidas para reverter crise de confiança no mercado, avaliam interlocutores de Haddad

Disparada do dólar mostra diminuição da confiança na economia brasileiraInterlocutores do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, avaliam que o governo Luiz Inácio Lula da Silva precisa dar uma sinalização mais forte na área fiscal, incluindo o anúncio de medidas adicionais, para reverter de vez o cenário negativo que reina no mercado neste fim de ano.

Por André Miranda

18/12/2024 às 09:21:58 - Atualizado há
Foto: G1 - Globo
Disparada do dólar mostra diminuição da confiança na economia brasileira

Interlocutores do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, avaliam que o governo Luiz Inácio Lula da Silva precisa dar uma sinalização mais forte na área fiscal, incluindo o anúncio de medidas adicionais, para reverter de vez o cenário negativo que reina no mercado neste fim de ano.

Para esses aliados, a aprovação do atual pacote fiscal vai ajudar a acalmar o mercado – mas não será suficiente para derrubar o dólar e eliminar rapidamente as pressões inflacionárias.

Nesta terça-feira (17), o mercado cambial estava no modo "teste para cardíaco", segundo gestores de bancos.

O dólar não caiu nem mesmo com uma inédita intervenção do Banco Central, que fez duas operações de venda de dólar à vista, totalizando US$ 3,287 bilhões.

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No máximo, o que se conseguiu foi evitar uma disparada, já que o dólar chegou a ser cotado a R$ 6,20. Ao fim, fechou a terça em em R$ 6,09 – uma leve alta de 0,04% em relação ao dia anterior.

Não fossem as duas intervenções, a primeira de US$ 1,272 bi e a segunda de US$ 2,015 bilhões, o dia teria sido pior.

O maior recuo ocorreu quando o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, anunciou a votação da regulamentação da reforma tributária e de pelo menos uma das medidas do pacote fiscal, prometendo colocar as outras duas em análise nesta quarta-feira (18).

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Mercado 'perdeu referência'

Na avaliação dos interlocutores da equipe econômica no sistema financeiro, o mercado perdeu referência de preços e vai seguir tensionado, pressionando o Banco Central no aperto da política monetária.

Com isso, segundo eles, somente medidas adicionais na área fiscal vão conseguir reverter esse cenário. O problema, reconhecem, é que eles não enxergam disposição do presidente Lula para apoiar a equipe econômica nesta linha.

O risco é o dólar se estacionar no valor de R$ 6 – o que não será uma boa notícia. O dólar alto vai manter as pressões inflacionárias neste final de ano e no início de 2025, gerando desaceleração da economia brasileira exatamente no terceiro mandato do presidente Lula.

Veja as vendas de dólar à vista dos últimos dias, depois da disparada do dólar:

US$ 845 milhões na sexta-feira (13)

US$ 1,623 bilhão na segunda-feira (16)

US$ 1,272 bilhão nesta terça-feira pela manhã (17)

US$ 2,015 bilhões nesta terça-feira à tarde (17)

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