Três cartilhas online e gratuitas para estimular uma alimentação saudável na infância foram lançadas nesta última terça (19) pelo Programa Alimentar o Futuro, projeto do Conselho Superior de Responsabilidade Social da Fiesp, com o apoio do Ciesp e do Sesi-SP. As cartilhas são mais uma das iniciativas do programa, que também promoveu este mês um seminário sobre o tema com a participação de entidades internacionais como a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) no Brasil.
O Programa propõe uma espécie de "força-tarefa", trabalhando para integrar o setor industrial, a sociedade civil e o poder público na implementação de políticas públicas voltadas à Segurança Alimentar e Nutricional para trazer mais consciência sobre a alimentação que tem sido oferecida às crianças de 0 a 10 anos em todo o estado de São Paulo.
Durante o seminário realizado no último dia 6, a chefe de saúde e nutrição do Unicef Brasil, Luciana Phebo, explicou que estudos apontam para a existência hoje no Brasil, de uma tripla carga de má nutrição.
Há um problema da desnutrição, tanto aguda, quanto crônica, que afeta hoje, em especial, a saúde do indígena no Brasil, o que não é exclusividade do povo Yanomami, cuja vulnerabilidade social se agravou nos últimos anos em decorrência da invasão de garimpeiros ilegais em suas terras. No entanto, ela afirma que também há problemas com a má nutrição, que traz a deficiência de vitaminas e nutrientes, o que ocorre em todo o Brasil de forma silenciosa e há muito tempo. Por fim, ela elenca o problema do sobrepeso e da obesidade, que levam a uma série de doenças não transmissíveis.
"As pessoas falam que existem desertos alimentares no Brasil, mas aqui eu vou falar em oceanos de espaços obesogênicos. Essas são as nossas cidades. Há uma oferta excessiva e onipresente de alimentos não saudáveis", disse Luciana durante o Seminário.
Na prática
Com o apoio do Ciesp, o programa está iniciando uma contato com as empresas em duas regiões-piloto no estado: Araraquara e Vale do Ribeira. A ideia é conscientizar as empresas da importância de se engajar na pauta da alimentação infantil e seu impacto no desenvolvimento do país.
Em relação às prefeituras, o programa vai oferecer suporte técnico e assessoria para que sejam desenvolvidas ações que visem à destinação correta da verba do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e a adesão dos municípios ao Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan), que permite maior acesso a recursos públicos voltados à alimentação da população. Fora isso, o Sesi-SP está desenvolvendo treinamentos para as equipes escolares (nutricionistas e cozinheiros).
Por outro lado, tanto profissionais quanto as famílias já podem agora acessar gratuitamente os três e-books lançados esta semana. O primeiro é sobre alimentação escolar e traz orientações técnicas para a elaboração de cardápios; o segundo traz receitas para compor cardápios saudáveis, sustentáveis e inclusivos e o terceiro fala de gastronomia sustentável na alimentação escolar.
CIESP.