G1 - PolÃtica
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) percebeu que, por mais que estivesse enfrentando os incêndios no país, estava perdendo o debate sobre a reação às queimadas. A avaliação é que a oposição estava conseguindo colar no governo federal a imagem de que estava lento e falhando no combate aos incêndios, não assumindo suas responsabilidades.No fim de semana, a equipe de Lula decidiu que era preciso reagir, levando à convocação da reunião desta segunda-feira para traçar um plano de emergência de combate às queimadas. As medidas serão apresentadas por Lula em um pronunciamento à nação e serão levadas para a Assembleia Geral da ONU na próxima semana.Na avaliação de assessores, o clima eleitoral contaminou o cenário atual, fazendo com que governadores e prefeitos divulgassem versões de que o governo federal não estava tomando as medidas corretas nem ajudando os Estados e municípios no enfrentamento ao fogo, tirando a responsabilidade deles no processo. Situação que irritou o presidente Lula.Nesta terça-feira (17), Lula vai reunir os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, para falar da necessidade de um esforço conjunto para enfrentar a grave crise climática. Além disso, Lula também quer se encontrar com governadores para fazer um grande acordo nacional de combate a incêndios.As medidas já devem ser anunciadas nesta terça. Entre elas, a formalização da criação da Autoridade Nacional Climática para atuar de forma preventiva no combate a incêndios e enchentes no país. O governo também anunciará verba extra para os órgãos da área ambiental, para que eles possam reforçar sua atuação no enfrentamento às queimadas no país.O presidente orientou ainda a Advocacia Geral da União (AGU) a estabelecer uma política de tolerância zero no enfrentamento de crimes ambientais. A Polícia Federal está investigando 52 casos com indícios de crime. O ministro da AGU, Jorge Messias, já anunciou a primeira ação, contra cinco fazendeiros do Pará, que teriam diversos atos ilícitos ambientais na região.A ação cobra indenização por danos climáticos no Parque Nacional do Jamanxim, no Pará, no valor de R$ 635 milhões. O objetivo é buscar o ressarcimento pela devastação do bioma até a emissão de gases de efeito estufa. A ação foi feita em nome do ICMBio.- Esta reportagem está em atualização