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Família Bolsonaro acena a Marçal, e adversários veem senha para debandada de campanha de Nunes

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Por André Miranda

29/08/2024 às 13:20:53 - Atualizado há
Após pesquisa mostrar avanço do ex-coach no eleitorado bolsonarista, Carlos Bolsonaro elogiou-o. Entorno do atual prefeito de SP – candidato oficial do ex-presidente – vem senha para debandada, mas assessores de Bolsonaro negam, e argumentam que aproximação é parte de articulação nacional para isolar esquerda. Carlos Bolsonaro e Pablo Marçal

Divulgação

A família Bolsonaro acenou a Pablo Marçal (PRTB) após a pesquisa Quaest de quarta-feira (28).

O levantamento mostrou Marçal com 38% das intenções de voto entre eleitores de Jair Bolsonaro (PL). Ricardo Nunes (MDB), o candidato oficial do ex-presidente para a Prefeitura de São Paulo, tem 33%.

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Os números indicam empate técnico (a margem de erro é de 5 pontos para mais ou para menos), mas um avanço de Marçal sobre o eleitorado bolsonarista. Em junho, Nunes estava à frente nesse segmento, com 36% ante os 24% do ex-coach.

No levantamento geral, Marçal (19%) está empatado tecnicamente com Boulos (22%) e Nunes (19%) na liderança. Em junho, Marçal (11%) estava fora do primeiro pelotão, que era composto por Nunes (24%) e Boulos (23%).

Veja todos os números das pesquisas Datafolha e Quaest sobre a disputa de SP

A pesquisa foi divulgada às 15h de quarta. Às 20h30, Carlos Bolsonaro, que na semana passada havia ameaçado processar Pablo Marçal acusando-o de injúria e difamação, levantou bandeira branca.

"Conversei há pouco com Pablo Marçal, foi muito educado e bacana comigo. Expusemos nossos pontos e fico feliz em ter a consciência que queremos rumar nas mesmas direções quando falamos de Brasil", escreveu Carlos. "Deixo aqui meu fraterno abraço a Pablo e que saíamos todos mais fortes para um Brasil que os Brasileiros desejam."

Para aliados de Nunes e petistas – que tentam eleger Guilherme Boulos (PSOL) em São Paulo – o post foi a senha para que o bolsonarismo deixe de atacar Marçal. E mais: comece a desembarcar de Nunes.

O prognóstico é que Bolsonaro vai seguir pedindo votos para Nunes – o PL é parte da coligação que tenta reeleger o emedebista –, mas libere os expoentes mais vocais do bolsonarismo a pedir votos para Marçal, num movimento análogo ao que João Doria, candidato do PSDB ao governo de São Paulo em 2018, fez como correligionário Geraldo Alckmin, que disputava a Presidência da República.

Doria começou por abandonar Alckmin no interior de SP e terminou a campanha com a camiseta de "BolsoDoria", movimento que estimulava voto em si e no então candidato do PSL à presidência.

Marçal também se movimenta atrair o bolsonarismo oficial. Em sabatina na GloboNews na segunda-feira (26), o candidato do PRTB descreveu Bolsonaro como "o maior líder".

"Não quero tomar nada do Bolsonaro (...) Eu quero é que tenha mil Bolsonaros, mil Pablos. Ele é o maior líder e ninguém vai tirar isso dele. Eu não quero esse peso, de ser o cara. Quero servir o povo de São Paulo", disse Marçal na ocasião.

Nos bastidores, assessores de Bolsonaro negam qualquer abandono de Nunes, mas seguem se queixando da falta de bolsonarismo na campanha do prefeito.

Sobre a bandeira branca de Carlos Bolsonaro, esses assessores argumentam que a conciliação entre os campos de Marçal e de Bolsonaro é uma articulação nacional feita por expoentes da direita como deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), vai além da disputa pela prefeitura de SP, e tem como objetivo evitar racha na direita e criar um cordão de isolamento contra a esquerda.
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