Apesar de o PL estar oficialmente apoiando o atual prefeito de SP, ex-presidente tem feito acenos ao candidato do PRTB, que está em 3º nas pesquisas de intenção de voto. Ricardo Nunes em entrevista ao g1
Fabio Tito/g1
A equipe de Ricardo Nunes (MDB) está preocupada com os acenos que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem feito a Pablo Marçal (PRTB), que também disputa a Prefeitura de São Paulo nas eleições 2024.
Na semana passada, em entrevista a uma rádio em Natal, no Rio Grande do Norte, Bolsonaro disse que Nunes não é seu candidato dos sonhos, apesar de já ter anunciado apoio ao prefeito, que disputa a reeleição. Bolsonaro também fez elogios a Marçal durante a entrevista. "Lá tem a figura nova do Pablo Marçal, que fala muito bem, é uma pessoa inteligente, tem suas virtudes, não tem experiência, mas faz parte, né?", disse.
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Para a campanha do prefeito, quando faz gestos a Marçal, Bolsonaro mais atrapalha do que ajuda, pois turbina o candidato do PRTB. Após o mal-estar, Bolsonaro fez chegar a Nunes a mensagem de que está com ele em 2024.
O emedebista lidera a corrida eleitoral juntamente com Guilherme Boulos (PSOL) – com 23% e 22%, respectivamente. Marçal está em terceiro, empatado tecnicamente com José Luiz Datena (PSDB), ambos com 14%.
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Apesar da rejeição que Bolsonaro enfrenta em São Paulo – 65% dizem que não votariam de jeito nenhum em um candidato apoiado pelo ex-presidente – a campanha de Nunes quer garantir que os votos do bolsonarismo fiquem com o prefeito, e não migrem para o coach.
Uma pesquisa Datafolha divulgada em 9 de agosto mostra que 13% dos entrevistados acham que Bolsonaro apoia Pablo Marçal, e 33%, Nunes.
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Para se ter uma ideia, 53% acham que Lula (PT) apoia Boulos, que é, de fato, o candidato do presidente da República em São Paulo. Nenhum outro postulante chega a 10%.
Os estrategistas de Nunes têm buscado convencer Bolsonaro de que Marçal não é o aliado ideal, e vão buscar explorar críticas antigas do candidato do PRTB ao ex-presidente, além de alertar para o risco de – nas palavras deles – um marçalismo vir a superar o bolsonarismo.
Em relação ao que Nunes deve fazer, há um debate intenso. A ala bolsonarista do entorno do prefeito defende que o prefeito adote uma postura mais agressiva, com uma estratégia digital mais robusta – como tem Marçal. Já a ala mais ligada ao MDB prefere focar em projetos e evitar ataques.
Porém, a resposta de Bolsonaro até agora tem sido de encantamento com a estratégia digital de Marçal.