Telefonema entre brasileiro e colombiano se dá em meio ao impasse político na Venezuela. Mauro Vieira embarca à noite para Bogotá, onde se encontra com chanceler de Petro. Gustavo Petro e Lula durante a Cúpula da Amazônia, em 2023
Cristian Garavito/Presidência da Colômbia via Reuters
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve conversar por telefone nesta quarta-feira (14) com o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, sobre o impasse no processo eleitoral da Venezuela.
A conversa deve acontecer à tarde, e um dia após o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, anunciar que – pelo menos por enquanto – não conversaria mais com Lula e Petro sobre a crise venezuelana.
O mandatário mexicano decidiu suspender qualquer contato enquanto o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela (TSJ) não emite um posicionamento sobre o pleito.
Na avaliação de fontes da diplomacia brasileira, a saída mexicana da trinca de países que buscam uma solução "desemperra" as tratativas e reduz as dificuldades de contato mais afinado.
Por isso, os presidentes do Brasil e da Colômbia decidiram se falar uma vez mais. A previsão era de um telefonema nesta terça (13), mas problemas na agenda de Petro impediram a ligação.
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Vieira vai a Bogotá
Também nesta quarta, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, embarca para Bogotá. Na quinta (15), vai se reunir com o chanceler colombiano, Luis Gilberto Murillo, também para tratar sobre Venezuela e definir os próximos passos de uma estratégia conjunta.
A Venezuela mergulhou mais ainda na crise política há duas semanas, quando o atual presidente, Nicolás Maduro (no poder desde 2013), foi considerado, pelos órgãos oficiais, vencedor da eleição presidencial.
Só que a oposição venezuelana e parte da comunidade internacional alegam que o vencedor, na verdade, foi Edmundo González, candidato da oposição.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão responsável pela eleição (e ligado a Maduro, na prática) não apresentou até hoje a totalidade das atas eleitorais — os boletins das urnas venezuelanas.
No início do mês, Lula, Petro e López Obrador fizeram uma ligação conjunta e, após a conversa, divulgaram um comunicado conjunto dos três países, pedindo a divulgação de atas eleitorais na Venezuela e a solução do impasse eleitoral no país pelas "vias institucionais" e que a soberania popular seja respeitada com "apuração imparcial".
Uma semana depois, no dia 8 de agosto, Brasil, Colômbia e México emitiram uma segunda nota conjunta, voltando a cobrar as atas eleitorais da Venezuela.
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