Normalmente, a disputa para o pleito ocorre entre três ou quatro candidatos. Porém, desta vez, Lira quer sentar e unificar as bases. Para tal, aliados do presidente da Câmara afirmaram que ele deve negociar espaços para escolher o nome. Arthur Lira
Agência Câmara
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) quer bater o martelo em agosto do nome do seu sucessor na Câmara. O objetivo de Lira é definir um candidato único que seja apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e que não seja vetado pelo presidente Lula (PT).
A expectativa é que o nome indicado seja definido ainda este mês, para que a eleição na Câmara não seja usada como moeda de troca ou munição durante as eleições municipais.
Normalmente, a disputa para o pleito ocorre entre três ou quatro candidatos. Porém, desta vez, Lira quer sentar e unificar as bases para enfraquecer qualquer adversário.
Para tal, aliados do presidente da Câmara afirmaram que ele deve negociar espaços para escolher o nome. Por exemplo, ele pode escolher um candidato A e oferecer para o suposto candidato B, o cargo de vice-presidente.
O presidente da Câmara já está em diálogo com integrantes do governo Lula e com Jair Bolsonaro. A base de Lira confirmou que sua indicação será alguém que esteja em linha com o ex-presidente, pois, além de ser um cabo eleitoral, seu partido tem 93 deputados – a maior força na Casa. O PT, por exemplo, tem 68 pessoas.
E, ao mesmo tempo, a preocupação de Lira em escolher alguém que Lula não vete é positivo para o governo. Até porque o governo não tem nome forte para disputar contra Lira- e não querem reviver trauma semelhante ao que aconteceu entre a ex-presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha.
Cunha foi quem deu autorização, em 2 de dezembro de 2015, para a abertura do processo de impeachment de Dilma.
Um nome que o Planalto não tem simpatia, mas que tem apoio de setores da Câmara nos bastidores é o deputado Elmar Nascimento (União-BA). Anteriormente, integrantes do PT se mostraram avessos a ele, quando foi cogitado como o nome que poderia comandar o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional.