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Suspeição 'constrange' e 'incomoda', diz Múcio após delação de Cid revelar reunião golpista entre Bolsonaro e Forças Armadas

'Desejamos que tudo seja esclarecido', acrescentou ministro da Defesa em entrevista na tarde desta quinta.

Por André Miranda

21/09/2023 às 13:24:21 - Atualizado há
'Desejamos que tudo seja esclarecido', acrescentou ministro da Defesa em entrevista na tarde desta quinta. Ex-auxiliar de Bolsonaro diz ter presenciado reunião sobre minuta de decreto golpista. Múcio: 'Suspeição coletiva nos incomoda'

O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, afirmou nesta quinta-feira (21) que o governo buscará esclarecimentos sobre a possível participação de militares da alta cúpula das Forças Armadas, no ano passado, em reunião com o então presidente Jair Bolsonaro para tratar de um possível golpe.

Essa reunião foi descrita pelo ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro Mauro Barbosa Cid em um depoimento à Polícia Federal no âmbito do acordo de delação premiada.

A informação foi revelada na madrugada desta quinta-feira (21) pelos jornalistas Bela Megale, no jornal O Globo, e Aguirre Talento, no UOL – e obtidas também pelo blog da Camila Bomfim.

"Na realidade, isso não mexe conosco porque trata de pessoas que pertenceram aqui. Pessoas que estão na reserva, os citados. Nós desejamos muito que tudo seja absolutamente esclarecido. Precisamos desses nomes", disse Múcio.

"Evidentemente que constrange esse ambiente que a gente vive. Essa aura de suspeição coletiva nos incomoda. Mas essas coisas que saíram hoje [são] relativas a governo passado, comandantes passados", prosseguiu.

No depoimento, segundo investigadores, Mauro Cid detalhou que:

houve uma reunião entre Jair Bolsonaro e integrantes da Marinha, após o segundo turno das eleições, para tratar de uma proposta de golpe militar;

no encontro, os envolvidos trataram especificamente de uma minuta, ou seja, um rascunho de decreto golpista;

além de militares, havia integrantes do chamado "gabinete do ódio" na reunião;

não é possível dizer que a minuta em discussão era a mesma encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres;

o documento discutido na reunião tratava de uma série de ilegalidades, incluindo afastamentos de autoridades ;

a ideia foi recebida com entusiasmo pelo representante da Marinha, mas o Exército ficou mais reticente;

o plano não foi adiante em razão da falta de adesão.
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