A tensão na Venezuela aumenta, e o Conselho Nacional Eleitoral, controlado por Nicolás Maduro, decidiu desconvidar o ex-presidente da Argentina Alberto Fernández para acompanhar a eleição no domingo.
Fernández publicou mensagem nas redes sociais dizendo que o conselho considerou que suas declarações sobre a eleição na Venezuela contribuíram para "desestabilizar" a eleição local.
Endossando as críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) às afirmações de Nicolás Maduro, que chegou a dizer que poderá haver um "banho de sangue" em seu país se ele não vencer, Fernández afirmou que "quem ganha, ganha, e quem perde, perde".
Criticado por Lula, depois de falar em banho de sangue, Maduro eleva o tom contra o Brasil
Afirmando não entender o mal-estar, o ex-presidente da Argentina disse que fez apenas um comentário natural e desejou que a eleição de domingo transcorra em clima de "tranquilidade e de maneira transparente e que o veredicto popular seja respeitado seja qual for o resultado".
Fernández afirmou ainda considerar uma "demanda insólita" a decisão de desconvidá-lo.
Atuação do Brasil
No Brasil, a princípio, a viagem do embaixador Celso Amorim está mantida. Seu embarque está previsto para esta sexta-feira (26).
Enquanto isso, a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Cármen Lúcia, cancelou a ida de dois técnicos para atuarem como observadores como reação às declarações de Maduro, de que as eleições no Brasil não são auditadas.
A decisão da ministra teve o objetivo de evitar que o TSE servisse como avalista de um pleito que pode ser questionado pela oposição.
O Palácio do Planalto decidiu não fazer mais comentários até que ocorra a eleição no domingo, para só então se posicionar em relação às declarações de Maduro.
O presidente Lula e o chanceler Mauro Vieira afirmaram a assessores que, apesar das declarações de Maduro, esperam que ele respeite o resultado da eleição e não faça qualquer tipo de intervenção no processo eleitoral que possa ser identificado como um golpe.