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Forças Armadas estão prontas para colaborar com nova Comissão de Mortos e Desaparecidos, diz Múcio

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Por André Miranda

04/07/2024 às 09:49:39 - Atualizado há
Colegiado havia sido extinto por Bolsonaro e foi recriado por Lula nesta quinta, com troca de integrantes. Comissão busca investigar crimes políticos cometidos na ditadura militar. Ministro da Defesa, José Múcio

ANDRE VIOLATTI/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

O ministro da Defesa, José Múcio, afirmou que as Forças Armadas estão prontas para colaborar na retomada da Comissão de Mortos e Desaparecidos da ditadura, recriada nesta quinta feira (4) pelo presidente Lula.

"Não foi uma surpresa para nós, já estávamos esperando e estamos prontos para colaborar na retomada dos trabalhos da comissão", disse o ministro.

Segundo ele, a volta da comissão é uma questão humanitária e o Ministério da Defesa se solidariza com os familiares que buscam informações e reparos pela morte e desaparecimento de seus entes.

A posição é compartilhada pelo Comando do Exército.

Por lá, o tema também é visto como uma questão humanitária para elucidar fatos que possam trazer paz e tranquilidade às famílias enlutadas há tanto tempo. A análise foi feita ao blog por um assessor do comandante Tomás Paiva.

A comissão havia sido extinta no governo Bolsonaro e sua recriação era defendida desde a posse do presidente Lula.

Agora, com o clima de harmonia entre o presidente e as Forças Armadas, Lula decidiu retomar os trabalhos.

60 anos do golpe: ditadura nasce no dia da mentira

Missão prevista na Constituição

A criação da Comissão foi uma determinação das disposições transitórias da Constituição de 1988 para esclarecer violações e responsabilizar o Estado brasileiro por crimes.

O objetivo principal é encontrar os restos mortais de desaparecidos, um pleito das famílias das vítimas que jamais viveram o luto pelas mortes.

A comissão também busca a reparação financeira às vítimas. A apuração das circunstâncias das mortes, no entanto, não resulta em responsabilização criminal em função da Lei da Anistia, de 1979.

Ativistas dos direitos humanos alegavam que o trabalho da comissão não foi concluído, uma vez que a busca por desaparecidos ainda continua.

Bolsonaro decidiu mudar a composição da comissão, nomeando aliados, em 2019, depois que órgão reconheceu que o estado brasileiro foi responsável pelo desaparecimento de Fernando Santa Cruz.

Na época, o presidente debochou do então presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Felipe Santa Cruz.
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