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Sindicato dos policiais penais enviou ofícios para o STF, o governo de São Paulo e Ministério Público Federal pedindo que Lessa vá para uma cadeia de São Paulo com regime disciplinar diferenciado, o RDD. O ofício afirma que a segurança de Lessa está ameaçada por presos ligados ao PCC. Ronnie Lessa foi transferido para a P1 de Tremembé nesta quinta-feira, dia 20 de junho.Foto 1: Reprodução/TV Globo | Foto 2: Laurene Santos/TV VanguardaO sindicato dos policiais penais voltou a manifestar preocupação com a transferência de Ronnie Lessa para a penitenciária P1, em Tremembé (SP). Lessa foi transferido nesta quinta-feira (20) da Penitenciária Federal de Campo Grande (MS) para o interior de São Paulo, em uma operação que mobilizou forças de segurança federais e dos dois estados - leia mais no final da reportagem.? Clique aqui para seguir o canal do g1 Vale do Paraíba e região no WhatsAppEm ofício enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), ao governo de São Paulo e ao Ministério Público paulista, o Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo (Sifuspesp) afirmou que o clima está tenso entre os detentos e que o presídio Dr. Tarcizo Leonce Pinheiro Cintra, a P1, pode ter uma escalada de violência e até uma rebelião."A estrutura física da unidade e do seguro (setor em que presos ficam isolados), não propicia uma efetividade na segurança, primeiro pela falta de policiais e por razão dos preços da facção PCC não aceitarem um ex-PM na mesma unidade", relatou a entidade. Ainda segundo o sindicato, denúncias recebidas pela entidade apontam um risco de segurança tanto para Lessa, quanto para os policiais penais da unidade e demais servidores.No ofício enviado aos três órgãos, o Sifuspesp também pediu a transferência de Ronnie Lessa para outra unidade prisional, como, por exemplo, Presidente Bernardes, que possui o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), um sistema de alta segurança e controle dos presos."O Sifuspesp solicita que a transferência de Ronnie Lessa seja reavaliada e que ele seja encaminhado para outra unidade que ofereça maior segurança, como o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) de Presidente Bernardes ou outra unidade adequada", diz trecho da nota.A Secretaria de Administração Penitenciária confirmou oficialmente que Ronnie Lessa ficará 20 dias isolado. No entanto, o g1 apurou que já existe uma decisão para mantê-lo isolado permanentemente. Penitenciária Dr. Tarcizo Leonce Pinheiro Cintra, a P1 de TremembéLaurene Santos/TV VanguardaNa semana passada, antes da transferência, o sindicato já havia divulgado nota em que manifestava preocupação com a chegada de Ronnie Lessa a São Paulo. Naquela oportunidade, o Sifuspesp afirmou que a P1 é conhecida por ser dominada pela facção criminosa PCC, que historicamente é inimiga de milicianos. Para o sindicato, "a presença de Lessa nesta unidade, mesmo que em ala de segurança, colocaria sua vida em risco e poderia gerar instabilidade na segurança da prisão".Ao longo dos trâmites legais que decidiram pela transferência, o secretário de Administração Penitenciária de São Paulo, Marcello Streifinger, em uma manifestação juntada ao processo, foi categórico ao afirmar que o presídio de Tremembé, conhecido por receber presos famosos de casos de grande repercussão, "NÃO comporta RONNIE LESSA" - a declaração foi feita em letras maiúsculas. Chegada do ex-policial militar Ronnie Lessa na penitenciária de TremembéTransferênciaRonnie Lessa foi transferido para uma penitenciária de segurança máxima em Tremembé, no interior de São Paulo, nesta quinta-feira (20). Ele está preso desde março de 2019 por participar da execução da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.Lessa agora está preso na Penitenciária "Dr. Tarcizo Leonce Pinheiro Cintra", a P1 de Tremembé, que atualmente está superlotada (leia mais abaixo). O comboio com o detento chegou na unidade prisional às 13h46, segundo a Secretaria da Administração Penitenciária de São Paulo.O ex-policial militar estava na Penitenciária Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, e solicitou, em acordo de delação, para ser levado para o complexo prisional de Tremembé. A ordem para transferência é do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).Ele deixou Campo Grande em um voo fretado da Força Aérea Brasileira (FAB), às 10h47, horário de Brasília. O avião com Lessa pousou no aeroporto de São José dos Campos, interior de SP, às 12h50. De lá, o ex-policial foi levado até o presídio em um carro da Secretaria da Administração Penitenciária de São Paulo, com escolta da Polícia Federal. Imagem mostra Ronnie Lessa durante embarque em Campo Grande (MS)DivulgaçãoO procedimento de ingresso na unidade é padrão como em todos os presídios do Estado de São Paulo, com o registro de entrada do preso, entrega de roupa de presidiário e corte de cabelo, caso necessário. Em seguida, o preso é colocado em regime de observação durante pelo menos dez dias. No caso do ex-policial, o g1 apurou que Lessa ficará em uma cela individual, isolado dos outros presos, de forma permanente. Ronnie Lessa desembarcando no aeroporto de São José dos Campos.Senappen/ReproduçãoNo presídio, Lessa será monitorado em áudio e vídeo. O ministro Alexandre de Moraes determinou que a Secretaria de Administração Penitenciária de São Paulo mantenha o monitoramento de conversas, verbais e escritas, de Ronnie Lessa com familiares e advogados na penitenciária de Tremembé (SP), além de monitoramento no parlatório e nas áreas comuns da cadeia.LEIA TAMBÉM:Moraes aceita transferir Lessa para TremembéLessa ficará em cadeia de segurança máxima com superlotação em TremembéSAP se manifesta contra a transferência de Ronnie Lessa para TremembéSaiba como é a Penitenciária 1, para onde Ronnie Lessa foi transferidoRonnie Lessa entra em veículo para ser transportado até presídio de Tremembé (SP).Senappen/ReproduçãoPor meio de nota, a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) informou que "o preso Ronnie Lessa deu entrada hoje, 20/06, às 13h46, na Penitenciária I Tarcizo Leonce Pinheiro Cintra de Tremembé. O custodiado permanecerá em regime de observação por 20 dias. As dimensões das celas são de 9 m²".O g1 tenta contato com a defesa de Lessa. A reportagem será atualizada caso os advogados se manifestem. Saiba como é a Penitenciária 1 de Tremembé, para onde Ronnie Lessa foi transferido.Arte/g1Penitenciária 1Inaugurada em 22 de novembro de 1990, a P1 de Tremembé é considerada um presídio de segurança máxima no Vale do Paraíba, no interior de SP, sendo a única penitenciária masculina nesse perfil na região.Entre as penitenciárias do estado de SP, a P1 de Tremembé é a sétima maior em área construída, com 38.490 metros quadrados. A maior do estado é a Penitenciária Feminina de Sant'Ana, em SP, com 108 mil metros quadrados de área construída. Apesar do espaço amplo e de contar com seis pavilhões, o presídio está superlotado. Segundo os dados da própria SAP, a unidade tem capacidade para abrigar 1.491 detentos, mas atualmente 2.164 presos cumprem pena no local -- 673 a mais do que o limite.Penitenciária Dr. Tarcizo Leonce Pinheiro Cintra, a P1 de TremembéLaurene Santos/TV VanguardaA área da P1 de Tremembé tem ainda canil e horta com verduras, onde os presos atuam no cultivo. A unidade também tem espaço para banho de sol e um campo de futebol de terra.Além dos pavilhões, a P1 conta ainda com setores de inclusão e enfermaria, educação e trabalho, além da escola do regime semiaberto e a ala de progressão. Cozinha, almoxarifado e setor administrativo também compõem a unidade.Segundo apurou o g1, os seis pavilhões da P1 não possuem comunicação um com o outro e não existe área comum entre eles.Os pavilhões são divididos pelo nível de periculosidade, ou seja, quanto maior o número do pavilhão, maior o nível de periculosidade do detento.Moraes retira sigilo da delação de Ronnie LessaVeja mais notícias do Vale do Paraíba e região bragantina