Troca, que segundo parlamentares era prevista, acontece em meio à polêmica do PL do aborto. Novo coordenador tem perfil considerado mais light, o que deve facilitar a negociação com o governo. Deputado Silas Câmara (Republicanos-AM)
Suelen Golçalves/G1 AM
O deputado Silas Câmara (Republicanos-AM) assume nesta quarta-feira (19) a coordenação da bancada evangélica na Câmara dos Deputados, no lugar do deputado Eli Borges (PL-TO). Essa é a quarta vez que Silas comandará a frente, após dois mandatos de um ano e mais dois períodos de seis meses.
Deputados da frente afirmam que Silas tem um "perfil mais light" e é de fácil diálogo, o que deve facilitar a negociação com o governo.
A troca ocorre em meio à polêmica em torno do projeto que equipara a pena do aborto após 22 semanas de gestação, inclusive em casos de estupro, à punição para homicídio simples - que vai de seis a 20 anos. A medida era uma demanda da bancada evangélica.
A aprovação da urgência sobre o tema, em votação simbólica e em pouco mais de 20 segundos na semana passada, causou uma enxurrada de críticas nas redes sociais e manifestações nas ruas.
Parlamentares ouvidos pelo blog afirmam, contudo, que a mudança na coordenação da bancada nada tem a ver com a repercussão sobre a proposta.
Segundo eles, um acordo foi firmado durante a última eleição para que a troca do mandato como coordenador ocorresse em seis meses, já que a última escolha foi acirrada. Eli Borges havia assumido em fevereiro.
"Era acordo. O Eli vai se licenciar por quatro meses do mandato para cumprir acordo com o suplente. O Silas já ia assumir pelo nosso acordo da frente parlamentar evangélica em julho, só será antecipado", disse o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), também integrante da bancada e autor do projeto que trata do antiaborto legal.
Reservadamente, contudo, parlamentares confirmam a tese de que Silas irá ajudar a aliviar a tensão. "Certamente, vai distensionar o clima", disse um deputado da frente.