O ex-policial Ronnie Lessa, preso por ser um dos executores do assassinato da vereadora Marielle Franco, afirmou em depoimento de delação premida que soube só depois do crime que o motorista Anderson Gomes também tinha morrido no atentado.
Marielle e Anderson foram assassinados a tiros, dentro do carro, quando ela saía de um evento no centro do Rio.
Lessa foi preso em 2019, por suspeita de ser um dos executores do crime. Ele já foi condenado e prestou depoimento de delação premiada em 2023.
Na delação premiada, ele conta o que sabe em troca de eventual diminuição da pena.
Nesta sexta-feira (7), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a transferência do Lessa para o presídio de Tremembé, em São Paulo. Lessa estava no presídio de Campo Grande (MS). O ministro ainda retirou sigilo de parte de delação.
É em um desses vídeos cujo sigilo foi retirado que Lessa conta detalhes da preparação do crime.
"Pegamos meu carro e fomos pro Resenha [bar], bebemos. Tinha algumas meninas que são conhecidas minhas da academia. O Darley mostrou as fotos pra gente. Aí nos descobrimos que tinha uma outra pessoa morta. Até então, não se sabia. O Darley falou: 'Pô, cara. Matar duas pessoas'", afirmou Lessa.
"A ficha nem caiu direito. Aí eu pensei: 'Pô, duas pessoas. Duas pessoas? Como? ai começou a vir mensagem do WhatsApp: 'Motorista morto'. Aí, pô, não era a finalidade também. Ali ficamos sabendo que tinha uma segunda pessoa morta. A coisa ficou mais tensa ainda, começamos a beber, aí o jogo acabou, as pessoas começaram a se dispersar", completou o ex-policial.