Para governador do RS, suspensão do pagamento da dívida do estado com a União não será suficiente para lidar com impactos dos temporais. Tucano quer programa de redução de jornadas e salários, a exemplo do que ocorreu na pandemia da Covid-19. Leite diz que pedirá a Lula apoio para compensar perdas de arrecadação após chuvas no RS
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), afirmou nesta quarta-feira (5) que o estado e os municípios gaúchos poderão perder até R$ 10 bilhões em arrecadação com impostos neste ano de 2024.
Em Brasília, onde deve se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Leite disse que a suspensão da dívida do estado com a União por três anos, proposta pelo governo federal e aprovada pelo Congresso Nacional, não será suficiente para que o estado possa enfrentar os impactos dos temporais.
Na reunião com Lula, o tucano afirmou que vai pedir ajuda federal para amenizar as perdas com arrecadação.
"A gente entende que esteja falando de algo em torno de R$ 6 bilhões a R$ 10 bilhões até o final deste ano em termos de queda de arrecadação do estado e dos municípios que precisaria ser suportado pela União, como foi na pandemia, porque é o ente que tem capacidade porque pode emitir dívida, porque tem fôlego financeiro para poder atender essas necessidades", disse.
O governador explicou que o recurso economizado com a suspensão da dívida com a União será todo aplicado em medidas de reconstrução do estado. No entanto, a perda de arrecadação impacta na prestação de serviços do dia a dia.
Segundo Leite, sem a recomposição, há o risco no futuro de atraso de salário de servidores ou de redução da prestação de serviços públicos.
"A gente teve a suspensão da dívida, mas a suspensão da dívida é toda canalizada para reconstrução. Eu tenho um fundo constituído para reconstrução com recurso da suspensão da dívida, que eu vou depositar nesse fundo. De outro lado, na minha arrecadação vou ter queda forte que vai me atrapalhar prestação de serviços e outros investimentos que são também importantes", declarou.
Redução de jornadas e salários
Leite também defendeu a criação de um programa de redução de jornadas e, proporcionalmente, de salários, a exemplo do que ocorreu na pandemia da Covid-19, para evitar demissões.
O pedido foi apresentado no mês passado ao governo federal por dirigentes da indústria gaúcha. Na pandemia, o governo federal pagou um benefício aos trabalhadores que tiveram jornada de trabalho reduzida.