Rastro de destruição em Faria Lemos, distrito de Bento Gonçalves (RS)
Fábio Tito/g1
O resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre foi bom, um crescimento de 0,8%. O governo acreditava num número acima de 0,7%, mediana das previsões do mercado, mas tem certa precaução sobre o restante do ano por conta dos impactos da tragédia do Rio Grande do Sul no crescimento do país no restante do ano.
Os dados do primeiro trimestre não trazem os impactos das enchentes no Sul do país, que começaram em abril e se intensificaram em maio. Eles serão sentidos exatamente no segundo trimestre e vão sinalizar como a economia vai se comportar até o final do ano.
Por isso, a equipe de Lula, que apostava em crescimento de pelo menos 2,5% neste ano, está mais cautelosa e quer analisar os impactos da tragédia do Rio Grande do Sul na economia do país. A avaliação é que as perdas do segundo trimestre possam ser compensadas pelos efeitos da reconstrução do Estado, financiada principalmente por verbas federais.
O lado positivo da economia pode vir do cenário externo. O Banco Central Europeu pode cortar os juros nesta semana. E o Federal Reserve pode sinalizar uma redução de fato ainda neste ano. Isso pesaria pelo lado mais otimista, podendo gerar surpresas positivas no final do ano.
Se o BCE e o Fed indicarem uma flexibilização de sua política monetária, esse movimento poderá levar o Banco Central brasileiro a seguir reduzindo, em doses menores, a taxa de juros nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária.
O mercado está apostando em apenas mais uma queda da taxa de juros, que iria de 10,5% para 10,25% ao ano. Mas alguns economistas, como André Perfeito, avaliam que o cenário externo pode ajudar e o Banco Central fazer mais cortes, com a taxa Selic encerrando o ano em 9,75%.