Refém brasileiro é morto em Gaza, diz Exército de Israel
O Ministério das Relações Exteriores (MRE) lamentou nesta sexta-feira (24) a morte de Michel Nisembaum, sequestrado pelo Hamas desde os atos terroristas de 7 de outubro passado. A pasta afirma que recebeu a notícia com "profunda tristeza e consternação".
"O Brasil reitera sua veemente condenação aos atos terroristas praticados pelo Hamas e volta a exortar pela libertação imediata de todos os reféns e por negociações que levem à cessação de hostilidades em Gaza", diz a nota do MRE.
Mais cedo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também se manifestou. Em uma rede social, afirmou ter recebido a notícia com "imensa tristeza" e lembrou que conheceu familiares da vítima.
"Conheci sua irmã e filha, e sei do amor imenso que sua família tinha por ele. Minha solidariedade aos familiares e amigos de Michel", disse Lula.
O presidente recebeu no Palácio do Planalto familiares de Michel no dia 11 de dezembro do ano passado. Estiveram com o presidente Mary Shohat e Hen Mahluf, irmã e filha de Michel.
Morte de Michel Nisembaum
Único brasileiro feito refém pelo Hamas, Nisembaum foi encontrado morto nesta sexta-feira (24), segundo anunciaram as Forças Armadas de Israel.
As forças israelenses afirmaram ter encontrado o corpo de Nisembaum durante uma operação militar em Jabalia, cidade do norte da Faixa de Gaza.
De acordo com os militares israelenses, Michel Nisembaum foi morto em 7 de outubro, quando terroristas do Hamas invadiram o sul de Israel, mataram mais de 1,2 mil pessoas e sequestraram outras cerca de 250.
Até a operação desta sexta, a família acreditava que ele pudesse ter sido sequestrado, e ainda nutria esperanças de encontrá-lo vivo.
Diplomatas ouvidos pelo blog afirmam que a possibilidade de o brasileiro ter sido morto no dia 7 de outubro, data de início da guerra entre Israel e Hamas, pode justificar a demora do Brasil em obter informações sobre o paradeiro dele.
Segundo um diplomata, "isso explicaria o silêncio diante das inúmeras tentativas que fizemos para tentar saber sobre ele. Presidente e Ministro [das Relações Exteriores, Mauro Vieira] estiveram com os familiares, em diferentes ocasiões, e, em todos os contatos com interlocutores do mundo árabe, e com organismos como a Cruz Vermelha, faziam gestões a respeito".
Veja a íntegra do posicionamento do Itamaraty:
"O governo brasileiro tomou conhecimento, com profunda tristeza e consternação, da morte do cidadão brasileiro Michel Nisembaum, que se encontrava na lista de sequestrados pelo Hamas desde os atos terroristas de 7 de outubro passado. Os atentados tiveram como saldo mais de 1.200 pessoas assassinadas em Israel e cerca de 250 tomadas como reféns.
O Brasil reitera sua veemente condenação aos atos terroristas praticados pelo Hamas e volta a exortar pela libertação imediata de todos os reféns e por negociações que levem à cessação de hostilidades em Gaza.
O governo brasileiro solidariza-se e manifesta sinceras condolências aos familiares e amigos de Michel Nisembaum, bem como ao povo de Israel."