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Aneel proíbe multas, juros e corte de energia por falta de pagamento de contas de luz no RS

Consumidores terão 90 dias para quitar débitos.

Por André Miranda

14/05/2024 às 16:44:27 - Atualizado há
Foto: G1 - Globo
Consumidores terão 90 dias para quitar débitos. Hoje, quando há atraso no pagamento da fatura, a distribuidora pode cortar a energia em 15 dias. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu proibir a cobrança de juros e multas, e o corte do fornecimento de energia a imóveis com contas de luz atrasadas em locais afetados pelas chuvas no Rio Grande do Sul.

Aprovada nesta terça-feira (14), a medida determina que os clientes em municípios com decreto de calamidade declarado terão um prazo de até 90 dias para quitar os seus débitos.

As distribuidoras também não poderão cobrar juras e multas pelo atraso.

Já os outros consumidores, que não estejam em locais em que haja decreto de calamidade declarado, o prazo será ampliado para 30 dias.

Hoje, quando há atraso no pagamento da fatura, a distribuidora pode cortar a energia desde que comunique o consumidor por escrito 15 dias antes.

"Não é perdoar a dívida do consumidor, porque para isso precisamos de política pública como foi na época da Covid. Mas, dependendo do caso, dar 90 [dias], 30 dias, para ele não ter que se preocupar de ser cortado, principalmente", declarou a relatora do processo, diretora Agnes Costa, em entrevista.

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Contratos suspensos para casas destruídas

No caso das casas destruídas pelas chuvas, a Aneel vai desobrigar a distribuidora local de religar ou manter o fornecimento de energia, suspendendo os contratos.

Esse é um pleito das distribuidoras, que, em situações normais, têm a obrigação de deslocar equipes para religar os imóveis.

"As consequências decorrentes de destruição de moradias e estabelecimentos, com possível extinção da unidade consumidora, têm tratamento específico em artigo que obriga as distribuidoras a suspender os contratos nessas situações", declarou Agnes Costa.

Segundo a Aneel, 512 mil imóveis estavam com fornecimento interrompido no dia 7 de maio. Na segunda-feira (13), esse número havia caído para cerca de 280 mil.

Os clientes do Rio Grande do Sul são atendidos por 20 distribuidoras, cujo mercado totaliza 4,5 milhões de imóveis.

Empresas grandes como a RGE e a Equatorial tiveram picos de interrupção de fornecimento aos consumidores na ordem de 11% e 12% do total de clientes atendidos.

Já a Certel, que é uma distribuidora menor, registrou pico de 66% de seus clientes sem energia, por exemplo.
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